A internet foi das melhores invenções que se podia ter criado, não só porque permitiu que pessoas e infraestruturas se ligassem e aproximassem no mundo inteiro, como agilizou inúmeros procedimentos, é uma ferramenta extremamente útil profissionalmente e de lazer, entre tantas outras coisas. Poder-se-á mesmo dizer que a internet está a mudar a nossa perceção do tempo, uma vez que nos está a treinar a obter informação rapidamente, quase instantânea, assim que acedemos a um link. No entanto, tal como referido acima, as consequências também podem ser desfavoráveis e pôr por terra alguns valores e maneiras de estar na vida imprescindíveis. Leia algumas delas...

Televisão e cinema
O que há uns anos atrás era sinónimo de juntar a família para ver um programa de televisão é atualmente substituído por cada um estar ocupado com o seu próprio computador ou tablet a ver algo que goste. Cada vez mais há serviços de streaming (distribuição de dados) que providenciam pacotes extremamente apelativos, baratos e com qualidade de transmissão.
O cinema, nestes últimos anos, teve um decréscimo de bilheteiras muito devido à disponibilização online de filmes que, ainda que a maioria seja ilegal, o download é muito fácil de fazer e as represálias para uma pessoa comum não são nenhumas. O que é certo é que, mesmo que nada se compare a uma tela de cinema, a rapidez, o ser gratuito, cómodo e a disponibilidade online acabam por se sobrepor.

Pesquisar
Era hábito comum enquanto estudantes, por exemplo, ir a uma biblioteca ou passar horas na da escola à procura de informação. Quase todos os lares tinham uma enciclopédia e, inevitavelmente, havia mais leitura na procura de informação o que fazia com se assimilasse outras matérias. Hoje em dia pesquisa-se aquilo que interessa para determinado momento sem prestar atenção ao que está à volta.

Alienação
Nem tanto ao mar nem tanto à terra! Como em tudo na vida há pessoas mais suscetíveis para umas coisas que outras, mas quando se fala de juventude a propensão para que a alienação exista é grande senão vejamos... passam grande parte do seu tempo em jogos online, redes sociais e conversas por chat o que prejudica imenso o seu próprio desenvolvimento emocional e as relações sociais, o que acaba por diminuir o convívio social. Os jovens tendem a isolar-se e a ficar prisioneiros de um mundo virtual e a ter uma visão distorcida daquilo que é o real, acreditando que tudo o que está na internet é verdade.
A capacidade de concentração também está a perder-se no sentido em que estamos menos reflexivos face à velocidade e bombardeamento de informação constante. Tal como referido acima, isto exige às pessoas uma retenção menor da informação e uma monitorização de pequenas correntes de informação.

Interagir e agir
É claro que se continuam a marcar cafés, jantares e assim, mas quantas vezes já olhou à sua volta e reparou num casal, em amigos, etc... a olhar para o telemóvel em vez de estarem a conversarem um com o outro?! Noutros tempos guardava-se um tempo para conversar com determinada pessoa, mas hoje em dia... nada que uma mensagem não faça as vezes disso. O mesmo se passa ao conhecer pessoas novas... é certo que se tornou mais fácil e muitas vezes à distância de um click, mas os diálogos que se encetam são, na maioria das vezes, camuflados. Ainda na senda, é quase claro ver quais os casais que se separaram nas redes sociais, por exemplo, onde as pessoas se escondem por trás de comentários, onde 'lavam roupa suja' e passaram a escrever as coisas uns aos outros quando antes se fazia cara a cara.
Numa festa ou num concerto passou-se a ter entrada direta para fotografias (ou as famosas selfies) e para debruçar muito do tempo a ver se houve likes ou comentários ou a fazer vídeos (que você nunca irá rever, diga-se...) durante um concerto em vez de estar a desfrutar.