Será possível ser feliz caso não tenhamos a autoestima a um nível razoável? Na minha opinião, podemos ser felizes, mas não seremos o suficiente. Em prol da arte de bem-viver, precisamos de dar o nosso melhor possível. Iremos ver porquê.

Segundo a Mayo Clinic, conceituada instituição norte americana, possuirmos baixa auto estima não significa o fim do mundo, pelo contrário, podemos aproveitar os pensamentos, as crenças negativas e os sentimentos a fim de compreendermos e melhorarmos a forma como nos avaliamos.

A baixa autoestima pode afetar, praticamente, todas as áreas da nossa vida, incluindo, as relações, o trabalho e a saúde. Entretanto podemos fazer algo que vise estimular a autoestima.

Pense em situações ou questões que afetam negativamente a auto estima

- Problemas no desempenho profissional

- Gestão de conflitos e falta de assertividade

- Dificuldades na comunicação/relacionamento com a esposa/esposo, namorada/o, colegas de trabalho/patrão, ou outra pessoa significativa.

Identifique pensamentos automáticos e crenças negativas

Depois de identificar a situação preocupante, imediatamente a seguir preste atenção aos pensamentos automáticos negativos. Por exemplo; o que é que você diz a si próprio sobre a situação preocupante? Qual é a sua interpretação da situação?

Os seus pensamentos automáticos podem ser positivos, negativos ou neutrais. Também podem ser racionais, baseados em factos concretos e na razão ou baseados em falsas ideias e irracionais.

Desafie os pensamentos automáticos negativos ou vagos

Quando aborda uma situação preocupante, você sabia que para além dos pensamentos automáticos negativos existem outras opções? Nesse sentido, teste a precisão dos pensamentos. Pergunte a si mesmo, se a interpretação e a perspetiva, no momento, são consistentes com os factos e a lógica ou se existem outras explicações mais plausíveis para a situação. Por exemplo, você desenvolve pensamentos catastróficos, dramáticos e rígidos? Ou o oposto, pensamentos flexíveis, fácil compreensão e em conformidade com os factos.

A princípio poderá ser difícil identificar as imprecisões na interpretação. Permaneça atento. Algumas crenças, com um longo histórico, podem soar a algo normal (a única opção) e familiares, embora a maioria possa ser apenas opiniões e perceções imprecisas.

Reajuste os pensamentos e as crenças

- Mime-se e cuide de si. Utilize a esperança em vez da preocupação. Sabia que a esperança é um fator poderoso de motivação para a mudança? Mais poderoso que o medo. Transforme os pensamentos preocupantes em pensamentos que reforçam a gratidão. O pessimismo pode tornar-se numa profecia. Por exemplo, se você dedica muito tempo a interpretar o seu desempenho como algo sem valor, o resultado do esforço não será uma surpresa positiva, pelo contrário. Faça este tipo de afirmação: “Apesar de ser difícil, irei conseguir lidar com o problema o melhor possível.”

- Aprenda a perdoar-se. Todos nós cometemos erros. Os erros não são uma consequência ou um rótulo permanente e infalível de si próprio. São consequências de decisões/opções isoladas do momento. Faça este tipo de afirmação: “Cometi um erro, mas isso não faz de mim uma pessoa idiota.”

- Evite afirmações que comecem com “Tenho…” ou “Devo…”. Você considera que utiliza com muita frequência as palavras “Tenho…” ou “Devo…”? Na realidade, isso pode significar que está a exigir demasiado de si próprio ou das outras pessoas. Retire estas palavras do seu vocabulário e poderá surpreender-se com o efeito nos seus pensamentos, proporcionar-lhe-á expectativas/ideias mais realistas e logicas.

- Concentre-se no positivo. Reflita sobre os aspetos positivos da sua vida. Recorde-se das coisas boas que tenham acontecido recentemente. Identifique as aptidões/competências individuais e sociais utlizadas em situações difíceis.

- Adote uma abordagem diferente sobre pensamentos preocupantes. Em vez de reagir negativamente, aos pensamentos preocupantes, considere essas situações como uma oportunidade para experimentar novas e saudáveis formas de pensamento (padrões/automatismos positivos). Experimente desafiar as suas crenças negativas: “Como é posso mudar os pensamentos de forma a atenuar os níveis de stress?”

- Procure incentivar-se. Quando conseguir pequenas mudanças, nos padrões de pensamento/crenças, conceda a si próprio uma gratificação – “palmada nas costas” devido ao empenho. Por exemplo: Imagine que o seu diretor o encarregou de fazer uma apresentação aos seus colegas sobre um tema difícil. No final da apresentação, você pensa: “A apresentação podia ter corrido melhor, mas mesmo assim os meus colegas mantiveram-se atentos, no final fizeram perguntas e isso significa que apesar de não ser perfeita atingi o meu objetivo.”

É importante termos em conta o seguinte, quando falamos em auto estima, não estamos a referir ao culto do ego. «Uma verdade só é verdade quando levada às últimas consequências. Até lá não é uma verdade, é uma opinião.» Vergílio Ferreira, escritor.

Por João Alexandre Rodrigues

Addiction Counselor

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