As tendências de bem-estar sexual mostram uma mudança de atitude para uma maior flexibilidade e mente aberta em relação à vida sexual. De acordo com a LELO, marca de bem-estar sexual, isto é refletido na normalização de atos sexuais, desejos e atitudes que anteriormente eram reprimidas e ocultadas. Esta abordagem, de que a sexualidade faz parte do bem-estar e saúde em geral, veio para ficar e espera-se que se torne o pilar de todas as tendências sexuais futuras.

O clitoris

Há décadas que as mulheres são postas à margem do prazer sexual por várias razões, maioritariamente pelo patriarcado andar de mãos dadas com a incompreensão fisiológica do misterioso orgasmo feminino, como da existência do orgasmo múltiplo. Mas à medida que se avança, o prazer feminino e o clitóris tornam-se cada vez menos tabu com as mulheres a sentirem-se cada vez mais confortáveis a usar tecnologia. Uma vez que entre 40% a 60% das mulheres se masturba e apenas 18% das mulheres consegue alcançar o orgasmo através da penetração, não é estranho que se esteja a assistir a uma insurgência de brinquedos sexuais não penetrativos, destinados à fisionomia sexual feminina.

Masturbação mútua

Enquanto o sexo tradicional é uma forma já comprovada e verdadeira de intimidade, há algo calorosamente sugestivo no “olha, mas não toques” da masturbação mútua. Agarrar um brinquedo sexual, cada um individualmente, e ambos desfrutarem do show e das sensações enquanto olham um para o outro até atingirem um orgasmo que intensificará toda a experiência e aprofundará a conexão.

Sexo para aliviar a dor

O pavimento pélvico não só desempenha um papel fundamental após o parto ou em idade mais avançada, mas também quando se é sexualmente ativo por poder ser controlado conscientemente para mais prazer. Para tal, pode praticar-se relaxar e contrair o pavimento pélvico. Pessoas com um nível de tensão corporal fundamentalmente elevado, que frequentemente sentem tensão no maxilar ou dores na lombar ou nas sobrancelhas, podem beneficiar dessa tensão para relaxar o pavimento pélvico; para outras, é uma questão de aprenderem a “apertar” e fortalecer o pavimento pélvico é um passo em frente para sensações corporais mais prazerosas e conscientes. Especificamente, durante o sexo, o movimento da zona pélvica, em combinação com tensão e relaxamento do pavimento pélvico, pode aumentar a estimulação e potencializar o orgasmo. Quem já conhece o seu pavimento pélvico tem a vantagem de poder usá-lo sem pensar muito. Caso contrário, há sempre espaço para praticar durante os preliminares ou a solo, até alcançar orgasmos mais longos e intensos. Sendo que, é aplicável a todos os géneros.

Adeus à heteronormatividade e olá às relações eticamente não-monogâmicas

Para relações que, ainda que sejam importantes, podem ser letárgicas e fazer com que nos anulemos a nós próprios, a resposta pode estar no poliamor. Por alto, pode parecer mais um termo para estar solteiro, quando no fundo é um sinónimo de independência dentro das conexões, desprovidas dos objetivos tradicionais das relações – casamento, filhos, conta conjunta. Resumidamente, é sobre pessoas abertas ao relacionamento, mas com várias relações românticas e emocionais sem um parceiro principal. É sobre sair da escalada heteronormativa e escolher uma alternativa à forma como se encaram as relações românticas e sexuais. Posto isto, como não existe uma fórmula universal para o “felizes para sempre”, que tal inverter a história e priorizar-se o crescimento e satisfação pessoal?

Mesmo num mundo pós-pandémico, as pessoas continuam no caminho da auto-descoberta, auto-conhecimento e da libertação sexual. Romper com vergonha e tabus e avançar para o conhecimento e educação sobre sexo, sexualidade e bem-estar sexual é uma forma bastante positiva de ajudar pessoas a alcançarem a perceção da saúde e o bem-estar sexual que melhor funciona para cada pessoa, em vez de se tentarem encaixar num paradigma sexual em que acham que “devem” e