Em colaboração com o Centro Hospitalar Universitário de Vaudois da Universidade de Lausagne (CHUV), na Suíça, o Nestlé Research Center (NRC) realizou uma investigação para perceber quais são exatamente os fatores que influenciam a quantidade do que comemos.

Liderada por Julie Hudry, a pesquisa demonstrou que a sobrealimentação se deve muitas vezes a problemas emocionais - ansiedade, tristeza, depressão, entre outros - mas que a educação alimentar pode ter um papel importante na correção deste comportamento.

Durante a investigação, mulheres com um peso normal foram confrontadas com fotografias de uma refeição em diferentes porções (de pequena a grande) e tinham que escolher o tamanho “ideal” para “satisfazerem a fome até à última refeição do dia”.

Através de neuroimagens, os investigadores documentaram as diferenças das reações cerebrais perante as várias imagens, catalogando o comportamento cerebral perante porções consideradas pequenas, adequadas e excessivas.

Julie Hudry realça que “existem dois mecanismos a funcionar em paralelo: o primeiro, dirigido à contagem - quantidade de comida presente, a quantas calorias corresponde e a possibilidade de recompensa - e o segundo relativo ao mecanismo regulatório - o julgamento das quantidades apropriadas para que a pessoa se sinta saciada até à próxima refeição”.

“Aquilo que não sabemos é se para o segundo mecanismo existe uma disrupção nas pessoas com tendência a comer demasiado. A comunicação em volta deste mecanismo regulatório é algo que pode ajudar as pessoas a controlar a sua fome”, sublinha a investigadora.

Para além dos registos técnicos, a investigação concluiu ainda que grandes porções de alimentos incentivam um maior, e desnecessário, consumo. Segundo o NRC, algumas pessoas parecem não ter a consciência de que estão a servir-se de porções exageradamente elevadas. Um exemplo de “alimentação inconsciente” e excessiva é quando se está a ver televisão e a certa altura os amendoins que se estava a “petiscar”, acabam.

Neste âmbito a Nestlé anunciou, para final de 2015, o lançamento de um guia de porções para todos os seus produtos.

Outra das medidas em curso pela Nestlé é a conceção das embalagens adaptadas às porções. Um exemplo, já implementado no Canadá, foi a divisão em três partes de uma caixa de Smarties de 45 gramas, com 15 Smarties, contendo cada porção 70 calorias no total. O objetivo é causar uma “disrupção física no padrão alimentar, fazendo a pessoa pensar duas vezes antes de consumir” sem, no entanto, ser realizada uma restrição alimentar radical.

Se a informação sobre o tamanho das porções e o formato das embalagens é vital, diminuir o açúcar, as gorduras e os níveis de sal em determinados alimentos pode fazer com que porções mais pequenas satisfaçam da mesma forma.

Fonte: Nestlé