Mais de 600 especialistas reúnem-se a partir de hoje e até domingo na Alfândega do Porto para o XXVII Congresso de Pneumologia, onde serão debatidas as diversas doenças respiratórias, que afetam já dez por cento da população portuguesa.

Hoje, na abertura do congresso, iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, será entregue um donativo de cinco mil euros ao Coração da Cidade, instituição do Porto que há 15 anos se dedica a apoiar cidadãos sem abrigo, toxicodependentes, imigrantes de Leste, desempregados e idosos.

Em declarações à Agência Lusa, o presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Carlos Robalo Cordeiro, manifestou preocupação relativamente às consequências das dificuldades económicas que a população atravessa, que pode fazer com os doentes tenham "mais dificuldade em adquirir a sua medicação e em cumprir as regras que lhe são prescritas, o que pode significar um menor controlo das doenças respiratórias".

Do vasto programa do Congresso de Pneumologia, Carlos Robalo Cordeiro destaca os simpósios de cooperação institucional com a Sociedade Espanhola de Pneumologia e com a Associação Latino-americana do Tórax, bem como a sessão com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia "onde se vai discutir, numa abordagem multidisciplinar, a hipertensão arterial pulmonar".

As comissões de trabalho onde se vão discutir temas como "o tabaco e o marketing", "a asma e a obesidade" ou "cuidados respiratórios domiciliários" merecem também atenção especial.

Defendendo a criação de uma coordenação nacional para as doenças respiratórias no novo Plano Nacional de Saúde 2011/2016, Carlos Robalo Cordeiro afirma ainda que o tabagismo deveria ser considerado uma doença, possibilitando assim a comparticipação da medicação para cessação tabágica, "o que iria facilitar a adesão dos doentes a essa estratégia e com isso um número maior de pessoas deixaria de fumar".

No XXVII Congresso de Pneumologia será promovida a troca de experiências e conhecimentos, num debate multidisciplinar em torno das diversas doenças respiratórias, que afetam já dez por cento dos portugueses.

A asma, a tuberculose, a doença pulmonar obstrutiva crónica, o cancro do pulmão e outras doenças respiratórias são alguns dos temas em debate até domingo, na Alfândega do Porto.

28 de outubro de 2011

Fonte: Lusa