De acordo com o responsável técnico da residência de apoio protegido, José Roque, a valência recém-criada terá capacidade para sete utentes, aos quais serão disponibilizadas atividades durante o dia.

"Para além dos utentes da residência, procurar-se-á também abrir uma unidade sócio-ocupacional a um máximo de outros 15 utentes. As inscrições já se encontram abertas", acrescentou.

Em declarações à agência Lusa, José Roque explicou que esta unidade surgiu depois de um casal - Carmindo Lemos e sua esposa - ter procurado, durante anos, uma solução para a doença do filho, acabando por decidir criar uma resposta à margem do financiamento de entidades públicas.

"Esta unidade nasceu numa moradia da rua Álvares Cabral da cidade de Viseu, que sofreu obras de adaptação no valor de cerca de 60 mil euros, permitindo que a Autarquia e a Segurança Social aprovassem o seu licenciamento como unidade de residência protegida (UPRO)", revelou.

Segundo o responsável técnico da residência de apoio protegido, esta resposta social vai criar sete postos de trabalho.

"Em breve teremos a realização de um protocolo com a Cooperativa Caminho de Encontro, que irá fazer a gestão funcional da Unidade e prestar o necessário apoio técnico", informou.

À Lusa, José Roque sublinhou ainda que a saúde mental é dentro da área da saúde "o ramo mais votado ao abandono, não só por razões próprias do desenvolvimento científico mais lento, nesta questão da ‘doença dos nervos', onde o investimento foi sempre menor que noutras áreas, mas também pelo desconhecido e medos que encerra".

"As pessoas com doença mental estão votadas a uma dupla exclusão: por um lado, a fragilidade que decorre da própria doença com consequências muitas vezes dramáticas ao nível pessoal, profissional e social; e, por outro, a corrosão que desencadeia na família, que naturalmente acompanha no envelhecimento o doente, que carrega uma enorme preocupação e medo pelo seu futuro, sem saber o que será dos filhos depois da sua partida", concluiu.