"Recebi um telefonema do chefe do laboratório central de saúde pública. Está ocupado por uma das partes beligerantes", disse o representante da OMS no Sudão, Nima Saeed Abid, via chamada de vídeo numa conferência de imprensa em Genebra.

Ele acrescentou que "sequestraram todos os técnicos do laboratório, que está agora sob total controlo de uma das partes combatentes como base militar".

A situação é "extremamente perigosa" porque o laboratório contém amostras de agentes patogénicos do sarampo, cólera e poliomielite, acrescentou Saeed Abid.

O representante insiste que a ocupação apresenta um "risco biológico enorme".

A cólera é uma doença diarreica aguda, que pode causar a morte em horas se não for tratada.

O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, assim como a poliomielite, que afeta principalmente crianças menores de 5 anos.

A OMS conseguiu detetar até ao momento 14 ataques contra o setor da saúde no Sudão, que resultaram em oito mortes e dois feridos.

"Os ataques aos cuidados de saúde são condenáveis e devem parar", expressou a organização.

Os confrontos que eclodiram em meados de abril no Sudão já causaram 459 mortos e 4.072 feridos, afirmou a OMS. Entretanto, especificou que estas informações são do Ministério da Saúde sudanês e que a organização não conseguiu verificá-las.