A petição em causa contém exatamente 9.055 assinaturas e foi esta semana entregue na Assembleia da República, expressando a preocupação da comunidade com a anunciada transferência do hospital para a gestão da Santa Casa da Misericórdia local.

"A vigília de sábado vai terminar esta primeira fase de atuação do movimento e reforçar aquilo que temos vindo a defender, que é a necessidade de reabrir a Urgência do hospital e de o manter integrado no Serviço Nacional de Saúde, sob a tutela do Estado", declarou à Lusa Ricardo Silva, um dos fundadores do movimento cívico.

"A transferência para a Santa Casa não salvaguarda os interesses do hospital nem da população e, se o Governo não voltar atrás, ponderamos recorrer a novas formas de luta", acrescentou.

Na petição entregue ao Parlamento, "o grosso dos subscritores é de S. João da Madeira", mas no documento "também há assinaturas [de moradores] dos concelhos de Vale de Cambra e Arouca, e das freguesias mais próximas do hospital, como Arrifana e Milheirós de Poiares, na Feira, e Macieira de Sarnes, em Oliveira de Azeméis".

Na passada quinta-feira, os responsáveis pelo movimento reuniram-se com o grupo parlamentar do CDS-PP, que a 30 de abril chumbou os projetos de resolução em que BE e PCP propunham a reaberturas de valências clínicas encerradas nos últimos anos e a reintegração da Urgência de S. João da Madeira na respetiva Rede de Referenciação Hospitalar.

Explicando que a audiência com o CDS fora solicitada antes dessa data e que a anuência do partido só se verificou após a votação no Parlamento, Ricardo Silva afirmou: "O CDS reiterou que se opõe a que o hospital se mantenha sob administração totalmente pública".

A deputada Teresa Anjinho ter-se-á disponibilizado, contudo, para informar os responsáveis do movimento cívico quanto ao "andamento do processo de transferência para a Misericórdia", disse a fonte.