O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN) reuniu-se esta sexta-feira com o Conselho de Administração do Hospital Pedro Hispano para discutir a alteração do regulamento do Sistema Informático de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) que introduz um corte da remuneração aos assistentes operacionais que prestam tarefas no Serviço de Esterilização, explicou à Lusa Jorge Braga, jurista daquele sindicato.

“O Conselho de Administração (CA) irá apreciar o resultado da reunião de hoje e ficou agendada nova reunião para dia 10 de maio, às 09:30, para ver se se chega, de facto, a uma proposta final que permita um acordo”, declarou à Lusa Jorge Braga, no final da reunião com representantes do CA.

Neste momento há já uma “consciência” e uma “sensibilização” do Conselho de Administração de que é estes trabalhadores são necessários para realizar as intervenções de cirurgia.

“Há uma sensibilidade no sentido de um entendimento, contrariamente ao que está plasmado no regulamento, de que este pessoal é imprescindível às intervenções cirúrgicas, ou seja, senão houver esterilização de material, não há intervenções cirúrgicas, e se não for este pessoal a fazê-lo, alguém o terá de fazer (…) é um serviço que tem de ser feito”, argumentou Jorge Braga, justificando que ainda não se está “em guerra para alguém ser intervencionado sem ser com material esterilizado”.

Os trabalhadores já tinham realizado uma greve a 21 de abril passado e que seria prolongada pelos sábados e domingos, por tempo indeterminado, estando agora em cima da mesa uma possível nova greve para a próxima quinta-feira, dia 12.

Na altura do primeiro dia de greve, o sindicato acusava a administração hospitalar de querer pagar as cirurgias no âmbito do SIGIC como horas extraordinárias, “algo que o próprio regulamento da unidade não permite”.

Segundo Jorge Braga, os valores a pagar aos oito trabalhadores do Serviço de Esterilização do Hospital Pedro Hispano “são irrisórios”, mas para assistentes operacionais “é muito dinheiro”.

Aqueles oito assistentes estavam a receber 2,5% do rendimento associado à participação nas cirurgias, enquanto os médicos recebem, por exemplo, cerca de 40%, mas a partir do mês abril transato, os oito trabalhadores deixaram de receber esse rendimento associado às SIGIC.