As norte-americanas NASA e National Oceanic and Atmospheric Administration indicam que os recordes de altas temperaturas têm sido sucessivamente quebrados. Abril foi o sétimo mês consecutivo com as temperaturas mais elevadas de sempre.

O fenómeno meteorológico El Niño tem contribuído para o aumento da temperatura e a seca severa em vários países, em especial na América Latina e em África.

Gavin Schmidt, responsável da NASA, disse ao Huffington Post que há 99% de possibilidade de 2016 ser o ano mais quente de sempre.

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Outros especialistas alertaram para o facto de este ano poder vir a ultrapassar as temperaturas registadas em 2015, com grande probabilidade de se verificar a maior diferença de valores entre dois anos. "O mais interessante é a escala diferencial em que os recordes são alcançados. Estamos claramente a evoluir na direção errada", disse ao The Guardian Andy Pitman, especialista da Universidade de New South Wales, na Austrália.

Os termómetros subiram mais de um grau centígrado acima da média registada entre 1951 e 1980, tal como aconteceu em fevereiro e março deste ano.

Os cientistas também estão a registar concentrações de dióxido de carbono acima do expectável e por isso começam já a falar em "emergência climática".

"Isto significa que a temperatura média global aumentou 1,5 graus centígrados relativamente à era Pré-Industrial", assevera o especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos em declarações à Antena 1.

O Acordo de Paris, assinado no mês passado, compromete os subscritores a limitar a subida da temperatura abaixo dos 2 graus Celsius em relação ao período pré-industrial e a "prosseguir os seus esforços" para limitar esta subida a 1,5 graus Celsius.

"O objeto de 1,5 é o desejável, mas não sei se será alcançado mesmo que parem hoje as emissões. Há muita inércia no sistema", disse Pitman.