4 de janeiro de 2013 - 06h32

Mais de um em cada três adultos no mundo é obeso ou está acima do peso, indicou na sexta-feira um estudo britânico que observa uma explosão do fenómeno nos países em desenvolvimento. A mesma investigação apela aos governos para que tomem medidas para combater o problema.

O círculo de reflexão britânico The Overseas Development Institute, ressalta, em comunicado, que a percentagem de pessoas com um índice de massa corporal (IMC) superior a 25, limite além do qual as pessoas são consideradas acima do peso, aumentou de 23% para 34% entre 1980 e 2008.

No IMC, que é a relação entre a altura e o peso, um índice a partir de 30 é considerado como um sinal de obesidade.

Nos países em desenvolvimento, o número de pessoas acima do peso ou obesas quase quadruplicou entre 1980 e 2008, de 250 para 904 milhões de pessoas.

"O que mudou é que a maioria das pessoas acima do peso ou obesas estão agora nos países em desenvolvimento, ao invés de nos países desenvolvidos", diz o relatório.

Nos países de rendimento alto, a população com excesso de peso ou obesidade aumentou em 1,7 durante o mesmo período, passando de 321 para 557 milhões de pessoas.

Prevêm-se mais doenças

"Vamos assistir a um aumento global do número de pessoas com alguns tipos de cancro, diabetes, acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco, o que representará uma enorme despesa para os sistemas de saúde públicos", alertou Steve Wiggins, um dos coordenadores do estudo.

No Reino Unido, 64% dos adultos são obesos ou estão acima do
peso. Globalmente, 58% dos europeus estão na mesma situação, assim como
na América Latina, Norte da África e Médio Oriente.

A América do Norte, com os Estados Unidos na liderança, conta com 70% dos adultos afetados.

O estudo também observa que a proporção dos mexicanos e chineses nesta situação quase duplicou entre 1980 e 2008.

"Os
políticos devem ser menos tímidos nas suas tentativas de influenciar o
tipo de alimentos que acaba nos pratos. O desafio é garantir que uma
dieta saudável seja viável, reduzindo a atratividade de alimentos com
menor valor nutritivo", considera Wiggins. "A falta de ação é
impressionante", comentou.

A Organização Mundial da Saúde
enfatiza que o excesso de peso e a obesidade são o quinto principal
fator de risco para morte a nível mundial. Pelo menos 2,8 milhões de
adultos obesos morrem da doença todos os anos.

SAPO Saúde com AFP