30 de janeiro de 2013 - 09h31
Um soldado americano que perdeu os membros superiores e inferiores numa explosão no Iraque, em 2009, diz ter voltado a sentir-se como antes após receber, com sucesso, um transplante duplo de braços.
Brendan Marrocco, ex-membro da Infantaria da Marinha, o primeiro a sobreviver à perda dos quatro membros na guerra do Iraque, submeteu-se há seis semanas a uma complexa cirurgia de transplante com 13 horas de duração.
O militar é uma das sete pessoas nos Estados Unidos a ser submetida com sucesso a um duplo transplante de braços, embora os médicos afirmem que ainda é cedo para afirmar que o seu corpo não rejeitará os novos membros e que o paciente voltará a ganhar a funcionalidade das mãos.
"Ainda não tenho realmente sensibilidade, nem movimento nas mãos. Mas logo terei", comentou Marrocco, na primeira entrevista coletiva depois da operação, cita a agência France Presse.
Um dos médicos, Jaime Shore, diretor clínico do programa de transplante de mãos do Hospital Universitário Johns Hopkins, explicou que Marrocco passará os próximos dois ou três anos sujeito a uma "terapia intensiva nas mãos" durante seis horas por dia.
Ex-jogador de futebol americano, Marocco pretende voltar a conduzir e aventurar-se no desporto. Já pensa em ciclismo paralímpico.
Depois da cirurgia complexa, Marrocco está a fazer um tratamento inovador para evitar que o seu organismo rejeite os novos membros.
A técnica consiste em injetar células da medula óssea do doador, já falecido, o que por enquanto conseguiu prevenir a rejeição e a utilização de medicamentos anti rejeição, que poderiam causar complicações como infeções ou dano nos órgãos.
SAPO SAúde com AFP