Num balanço, o SPAC apontou para episódios de atraso do socorro de aproximadamente uma hora que “comprometem o sucesso das missões” dos helicópteros do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

“Vários doentes, transportados do Hospital de Bragança para o Porto pelo INEM, tiveram um atraso de aproximadamente 50 minutos – atraso causado pela decisão de se colocar em Macedo de Cavaleiros um helicóptero maior, modelo Aw139”, alertou em comunicado.

A organização sindical indica que também outros doentes, transportados do Hospital de Bragança para o Hospital de Vila Real, atrasaram-se em cerca de 40 minutos. Este atraso também foi causado pela decisão de se colocar em Macedo de Cavaleiros um helicóptero Aw139.

O SPAC denunciou também o atraso do socorro provocado pela ausência do helicóptero de Viseu no período noturno, às 00:30 de 01 de janeiro, para um transporte do Hospital da Covilhã para o Hospital de Coimbra.

“Com as ausências dos helicópteros do INEM, no período noturno, fica cada vez mais claro que o socorro à população esteve comprometido durante a primeira semana de 2024”, realçou.

Denunciando várias ocorrências, na última semana, o sindicato anotou que em 03 de janeiro – no primeiro dia que o helicóptero transferido de Évora chegou a Macedo de Cavaleiros – um doente demorou mais 20 minutos a chegar ao Hospital de Bragança do que seria o tempo normal, uma vez que o Aw139 teve de aterrar no aeródromo local.

Em 04 de janeiro, o helicóptero de Macedo de Cavaleiros ficou retido no Porto durante noite, devido a condições meteorológicas, tendo o país ficado dependente do helicóptero que se encontrava em Loulé.

Três dias depois, o helicóptero de Loulé esteve inoperacional no período noturno.

No dia 08 de janeiro, recordou o sindicato, o helicóptero de Viseu saiu para fazer um transporte do Hospital de Bragança para o Hospital de Santo António, no Porto.

“Normalmente este transporte seria feito pelo helicóptero de Macedo de Cavaleiros, mas tendo presente o atraso que o doente iria sofrer devido às restrições operacionais desse helicóptero, foi decidido, para bem do doente, alocar o helicóptero de Viseu a esta emergência”, referiu.

O sindicato lembrou ainda que haverá “mais casos semelhantes, mas não reportados”, alertando que, se os quatro helicópteros do INEM estivessem a operar durante 24 horas, haveria sempre forma de socorrer os doentes, algo que, sublinha, “não se verifica com o atual formato”.

Dois dos quatro helicópteros de emergência médica ao serviço do INEM, concretamente os estacionados em Viseu e em Évora, deixaram de operar à noite, desde o dia 01 deste mês, anunciou o Ministério da Saúde, no final de dezembro passado.

Nessa altura, em declarações à Lusa, o presidente do INEM, Luís Meira, afirmou que a situação se devia manter no máximo durante seis meses.

Já os outros dois helicópteros, que estão em Macedo de Cavaleiros e Loulé, continuam a operar 24 horas por dia, segundo o mesmo responsável.

Em Viseu e Évora, nos períodos noturnos, “as respetivas equipas médicas garantirão a operacionalidade de duas” VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação).

O INEM salientou que o dispositivo está 100% operacional no período diurno e explicou que o ajuste resulta de, numa consulta de mercado, o instituto só ter recebido duas respostas, uma delas com a solução que se vai implementar a partir de janeiro.