O número de pessoas infectadas com o VIH a receber tratamento anti-retroviral em países de rendimento médio e baixo aumentou mais de 1,2 milhões entre Dezembro de 2008 e Dezembro de 2009, revela um estudo hoje divulgado.

“No final de 2009, 5,25 milhões de pessoas estavam a receber tratamento anti-retroviral em países de rendimento médio e baixo. Isto representa um aumento de mais de 1,2 milhões desde Dezembro de 2008, o maior aumento registado no espaço de um ano”, refere o relatório “Towards Universal Access” (Em Direcção ao Acesso Universal), da responsabilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS), do programa da ONU para o VIH/SIDA (UNAIDS) e da UNICEF.

No relatório são referidos os últimos progressos feitos em relação à prevenção, tratamento e cuidados na área do VIH/SIDA.
Ainda na área dos tratamentos com anti-retrovirais, a África Subsariana registou o maior aumento em termos absolutos de pessoas que receberam tratamento em 2009.

Em Dezembro de 2008, 2,9 milhões de pessoas recebiam tratamento com anti-retrovirais naqueles países, número que um ano depois chegou aos 3,9 milhões.

Em Portugal (classificado como país de rendimento elevado), em Dezembro de 2008, 12 336 pessoas recebiam tratamento com anti-retrovirais, número que em Dezembro de 2009 passou para 18 107.
Apesar das melhorias registadas, as organizações alertam que “só um terço das pessoas que necessitam tem acesso a terapias anti-retrovirais” e que “o estigma, a discriminação e a marginalização social continuam a ser sentidos diariamente por doentes infectados pelo VIH”.

“O relatório deste ano demonstra progresso no esforço global de luta contra a SIDA, mas também demonstra que ainda há muito por fazer”, referem as organizações, acrescentando que, “numa escala global, os objectivos quanto ao acesso universal à prevenção, ao tratamento e a cuidados não irão ser atingidos em 2010”.

O relatório destaca ainda que “muito foi feito para atingir o objectivo de eliminar a transmissão de mãe para filho até 2015”.

O acesso a serviços para prevenir a transmissão do VIH de mãe para filho aumentou em 2009.

Cerca de 26 por cento das grávidas de países de rendimento médio e baixo fizeram testes ao VIH em 2009. Em 2008 este número estava nos 21 por cento.

Cerca de 53 por cento das grávidas infectadas com VIH foram medicadas em 2009 com anti-retrovirais de modo a reduzir a possibilidade de haver transmissão para o filho, número que em 2008 tinha ficado nos 45 por cento.

As organizações alertam que, “apesar dos progressos importantes feitos na prevenção, 2,7 milhões de pessoas foram infectadas em 2008” e que, “apesar de ter havido um aumento dos testes feitos, a maioria das pessoas que vive com VIH não sabe que está infectada”.

Fonte: Lusa 

2010-09-28