23 de setembro de 2013 - 13h57

As estimativas das Nações Unidas apontam para que, em média, surgiram 2,5 milhões de novos casos de SIDA em todo o mundo e, nos países lusófonos, Cabo Verde continua a ser o que tem menor taxa de prevalência.

Segundo o mais recente relatório do Programa das Nações Unidas sobre VIH/Sida (ONUSIDA), divulgado hoje, as estimativas apontam para que existam atualmente 34 milhões de seropositivos, a maioria na África subsaariana, tendo-se registado cerca de 1,7 milhões de mortes relacionadas com a doença.

Entre 2001 e 2012, segundo o estudo, que não indica quaisquer dados sobre Timor-Leste, Cabo Verde mantém-se como o país lusófono com menor taxa de prevalência, 0,5% em 2001 (1.300 casos) e 0,2 em 2012 (menos de 1.000 casos).

Logo a seguir vem o Brasil, o país mais populoso dos oito que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que em 2001 registava uma taxa de prevalência de 0,4 (o que corresponde a 430 mil casos), igual à de 2012 (com 530 mil casos).

Portugal surge em terceiro lugar, com 0,4% em 2001 (26 mil casos) e 0,5% onze anos depois (38 mil casos), à frente de São Tomé e Príncipe, 1,1% em 2001 (menos de mil casos) e 1,0% em 2012 (1.400 casos).

Angola, com 1,8% em 2001 (130 mil casos) e com 2,3% em 2012 (250 mil casos), é o país lusófono seguinte, à frente da Guiné-Bissau, que contava com uma taxa de prevalência de 2,8% em 2001 (21.000 casos) e de 3,9% em 2012 (41 mil casos).

Moçambique, que conta com mais infetados com VIH/Sida do que os restantes seis países lusófonos presentes na lista de 172, continua a ser o caso mais grave, subindo de 9,0% em 2001 (850 mil casos) para 11,1% em 2012 (1,6 milhões de casos).

Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe constam da lista dos países que dependem, entre os 75% e os 100%, de apoio financeiro internacional para dar resposta à doença, enquanto Cabo Verde e Angola estão na dos que dependem de dinheiro entre os 25% e os 49%.

Portugal não figura em nenhuma das listas, enquanto o Brasil ainda depende da ajuda financeira, entre os 0% e os 24%, para combater a enfermidade.

Moçambique, novamente, e Angola figuram também noutra lista, a dos 22 países prioritários (a Índia é o único não africano) do plano global para a eliminação de novos casos em crianças até 2015, que engloba também o objetivo de manter as mães vivas.

Na cobertura com antirretrovirais, mais uma vez, Moçambique surge na lista dos 13 países com maior cobertura, beneficiando de 80% ou mais dos infetados, enquanto Angola e Guiné-Bissau contam com menos de 50%.

Moçambique, novamente, Angola e Brasil constam da lista de 30 países em que 90% dos infetados vive com necessidade de tratamento de antirretrovirais.

São Tomé e Príncipe é o único país lusófono que consta da lista de 25 países que, entre 2001 e 2012, registaram uma descida de 50% ou mais de novos casos.

Segundo o relatório do ONUSIDA, globalmente, nos últimos dois anos, houve um aumento de 63% no acesso dos infetados a antirretrovirais e as mortes relacionadas com a doença, também de uma forma global, diminuíram 25% entre 2005 e 2011.

Lusa