Face a isto, a UE está empenhada na redução do tempo de investigação de novos antibióticos que, atualmente, supera uma década.

O objetivo é encontrar, rapidamente, novas alternativas terapêuticas, já que os antibióticos atualmente disponíveis são ineficazes para combater novas estirpes de bactérias.

Para alertar a população em geral e os profissionais de saúde para a problemática da resistência aos antibióticos e dos problemas daí decorrentes, como o aumento do número de infeções hospitalares, o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) assinala, a 18 de novembro, o Dia Europeu dos Antibióticos.

Pela primeira vez, a OMS une esforços e marca toda a semana, de 16 a 22 de novembro, como a Semana Mundial para a Consciencialização do Antibiótico (World Antibiotic Awareness Week).

Os antibióticos são utilizados para combater infeções bacterianas e tornaram a medicina moderna possível. Com a criação de fármacos como a penicilina, assistiu-se a uma redução dramática da mortalidade associada a várias infeções simples e comuns e verificou-se um enorme avanço na área da segurança dos procedimentos cirúrgicos.

Antibióticos ineficazes

No entanto, a sua eficácia encontra-se hoje altamente ameaçada pela crescente presença de bactérias resistentes ("super-bugs"), que os tornam ineficazes.

A resistência aos antibióticos tem um enorme impacto na saúde pública: tratamentos e hospitalizações mais prolongadas, maior mortalidade e infeções mais agressivas.

Em Portugal, a DGS calcula que cerca de um em cada dez doentes (10,7%) contraia uma infeção nas unidades de saúde nacionais, muito acima da média da UE (6%).

Para estes números contribuem a má utilização dos antibióticos e as práticas de diagnóstico e profilaxia desadequadas.

O problema tem raízes biológicas, técnicas e, principalmente, comportamentais, como a prescrição e o consumo excessivo e inadequado de antibióticos e o seu uso no setor veterinário (carne para consumo humano).

Este panorama é especialmente preocupante tendo em conta que nas últimas três décadas apenas duas novas classes de novos antibióticos foram descobertas, ao passo que nos cinquenta anos anteriores foram descobertas onze. O número de antibióticos que se torna obsoleto excede, assim, em larga escala o número de novas terapias que são aprovadas.

O crescimento da resistência antimicrobiana combinado com a taxa de atrito no desenvolvimento de novos medicamentos tornam crucial o investimento em pesquisa e desenvolvimento, tentando assegurar que existe uma variedade de antibióticos para tratar infeções raras e comuns.