Sessenta pessoas já formadas, em Cantanhede, em técnicas de suporte básico de vida vão, a partir de setembro, atualizar esses conhecimentos para usarem Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE), visando criar neste concelho uma rede que pode salvar vidas.

"Durante os últimos quatro anos, o Núcleo de Cantanhede da Fundação Portuguesa de Cardiologia [FPC] deu formação a 60 pessoas (não profissionais de saúde) em suporte básico de vida", disse hoje o presidente da instituição, José Tereso.

Segundo José Tereso, as pessoas que, a partir de setembro, atualizam os seus conhecimentos para poderem usar os DAE em caso paragem cardio-respiratória são provenientes "de todas as áreas", desde professores, muitos de ginástica, a responsáveis de empresas.

A formação é ministrada por formadores da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), acreditados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), adiantou.

Segundo o também presidente do conselho diretivo da ARSC, a morte súbita "é um problema mundial de saúde pública" e a atuação pronta destas pessoas com estes equipamentos "pode salvar vidas".

José Tereso, que tem sido, ao longo do tempo, desportista e médico de medicina desportiva, disse à agência Lusa ter despertado para esta realidade com a morte súbita do futebolista húngaro Miklos Fehér, durante um jogo entre o Benfica e o Guimarães.

"Algumas pessoas podem sobreviver, se houver pessoas com cursos de socorrismo e de suporte básico de vida", usando os desfibrilhadores, frisou.

O objetivo do projeto-piloto em Cantanhede é criar, em articulação com as juntas de freguesia, uma rede em que exista um desfibrilhador em cada uma das freguesias, próximo dos locais onde possam ocorrer casos de paragem cardio-respiratória, como campos de futebol, praias, festas ou aglomerações de pessoas, adiantou.

Segundo o presidente do núcleo de Cantanhede da FPC, na Tocha há já um DAE, adquirido pela Junta de Freguesia, e pelo menos duas entidades locais já se disponibilizaram para oferecer estes equipamentos, cuja utilização se rege por regras técnicas obrigatórias.

José Tereso manifestou-se convicto de que este projeto em Cantanhede é "único na região Centro" e adiantou que, quando arrancou, há quatro anos, foi "dos primeiros a nível nacional".

Lusa