O primeiro laboratório de nanofabricação em Portugal, a funcionar na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL), é inaugurado hoje e vai permitir que Portugal seja mais competitivo no domínio das nanotecnologias.

Em declarações à agência Lusa, a cientista do Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT) da FCT-UNL afirmou que “só foi possível construir este laboratório devido ao apoio do Conselho Europeu de Investigação”, que concedeu em julho de 2008 à investigadora uma bolsa de 2,25 milhões de euros, a maior atribuída até agora a um cientista português.

Sem este equipamento, que custou cerca de um milhão de euros, a equipa de Elvira Fortunato “não podia continuar o trabalho que pretende desenvolver sem sair do país, porque não existe em Portugal nenhum equipamento do género”.

Ou seja, “para poder dar o salto em frente” numa área que é de ponta, e “em que o mundo inteiro está a investir”, era “forçoso ter estas ferramentas”. O laboratório, disse a investigadora, vai permitir que o país seja “ainda mais competitivo nesta área”.

Vai, explicou, “permitir avanços enormes no domínio das nanotecnologias, quer ao nível de potenciar as propriedades dos materiais à nano escala, quer no desenvolvimento de novos materiais e produtos, incluindo dispositivos eletrónicos à nano escala”.

Dito de forma simples, “é um laboratório que pode fazer tudo o que se quiser, como num laboratório normal de investigação, mas aqui à nano escala, dentro de uma câmara e a uma escala muito pequenina, que nem olho humano consegue ver”.

Quanto às aplicações das descobertas que daqui saírem, explicou ainda, podem chegar à indústria e ao mercado num curto espaço de tempo: “Como fazemos uma investigação muito dirigida, muito aplicada, e embora o trabalho que aqui fazemos não seja comercial, temos muita facilidade em ter projetos com a indústria nacional e internacional”, afirmou.

O Presidente da República, Cavaco Silva, irá estar presente na cerimónia de inauguração do laboratório no campus da FCT no Monte da Caparica, em Almada.

28 de fevereiro de 2011

Fonte: LUSA/SAPO