Um casal português, que tem uma filha de cinco anos com leucemia, foi autorizado pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), pela primeira vez no país, a tentar ter um bebé, com origem em embriões selecionados em laboratório, para poder ser um dador de medula óssea compatível com a menina doente.

A transferência de embriões foi feita recentemente, mas ainda não se sabe se resultou em gravidez, escreve o jornal Público, que cita o médico responsável pelo procedimento, Alberto Barros.

O "diagnóstico genético pré-implantação" é um processo em que embriões obtidos em laboratório, por fecundação in vitro, são avaliados e selecionados geneticamente e depois transferidos para o útero da mulher.

Em Portugal esta técnica é permitida apenas por razões médicas e em poucas situações. Uma delas é em caso de risco de transmissão de anomalias ou doenças genéticas graves, como a paramiloidose (doença dos pezinhos).

No entanto, a lei portuguesa que regula a procriação medicamente assistida (de 2006) abre a porta à possibilidade da concepção dos chamados “bebés-medicamento”, em casos excepcionais, nomeadamente "para efeitos de tratamento de doença grave", lê-se na legislação.