Os doentes que sofrem de patologias inflamatórias auto-imunes melhoram mais se forem diagnosticados e tratados precocemente, mas esta é a situação ideal que nem sempre existe em Portugal, disse à agência Lusa um especialista.

Segundo António Vilar, secretário-geral da Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR), a sociedade em geral, e os médicos em particular, devem estar sensibilizados para a possibilidade de se estar perante uma doença inflamatória.

Só assim, explicou à agência Lusa, é possível aceder mais rapidamente aos medicamentos.

Nesta área clínica, ainda existem muitas reivindicações, como ao nível das comparticipações dos medicamentos e nos entraves ao acesso dos tratamentos e fármacos.

Trata-se de uma área de atuação da Plataforma Mais Saúde, um movimento inédito que reúne quatro associações de doentes: ANDAR, Associação Nacional da Espondilite Anquilosante (ANEA), Associação Portuguesa de Doença Inflamatória do Intestino (APDI) e Associação Portuguesa da Psoríase (Psoportugal).

A plataforma, que será apresentada na terça-feira, foi criada para reunir esforços na defesa do diagnóstico e tratamento precoces, bem como do acesso à inovação terapêutica e surge numa altura em que existe “uma pressão cada vez mais forte no sentido do controlo das despesas na saúde”.

Estes representantes de 400 mil doentes que sofrem de doenças inflamatórias auto-imunes juntaram-se para “manifestar a sua determinação em lutar pelo diagnóstico precoce e pela aplicação efetiva das condições de tratamento disponíveis”, segundo informa a Plataforma Mais Saúde.

“Embora o acesso a medicamentos inovadores esteja consagrado na legislação nacional, na prática persistem fortes entraves à sua utilização, o que mantém os portugueses numa situação de desigualdade comparativamente à maioria dos cidadãos europeus, designadamente espanhóis, italianos, franceses ou gregos”, prossegue o movimento.

Esta plataforma promete desenvolver esforços para que os doentes em Portugal sejam tratados em linha com as práticas europeias.

Se assim for, adianta, estar-se-á a “contribuir para uma melhoria significativa da qualidade de vida destas pessoas e para a sua manutenção na vida ativa e contributiva, evitando baixas por doença e reformas antecipadas por invalidez, que muitos recursos custam ao Estado”.

02 de maio de 2011

Fonte: Lusa/SAPO