Em declarações à agência Lusa, no final de uma visita àquela unidade de saúde, no distrito de Coimbra, Ana Mesquita disse que “ouviu diversas queixas” dos utentes, que manifestaram “apreensão com as dificuldades da resposta” do SAP.

As pessoas que a deputada comunista abordou localmente, durante a manhã de hoje, receiam que os problemas verificados “possam indiciar uma perspetiva de perda” deste serviço público de saúde.

“Quando a resposta local é insuficiente, os utentes são encaminhados para outras valências de saúde”, designadamente os hospitais de Coimbra, o que implica vários transtornos e prejuízos, tendo em conta a deficiente cobertura do interior do distrito ao nível dos transportes públicos.

Sem prejuízo do problema concreto de Oliveira do Hospital, onde várias extensões de saúde chegaram a ser encerradas temporariamente, em 2015, por falta de médicos, o grupo parlamentar do PCP admite avançar com “uma intervenção de fundo” na Assembleia da República para travar “a política de desinvestimento” no Serviço Nacional de Saúde herdada do anterior Governo, acrescentou.

“O que é preciso é resgatar as pessoas, em vez de resgatar instituições bancárias”, defendeu Ana Mesquita, que também visitou hoje o Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital, a convite da Associação de Estudantes, para verificar a existência de amianto nas instalações, cuja remoção é exigida pela comunidade escolar.

Nas últimas semanas, têm redobrado as críticas ao funcionamento do SAP de Oliveira do Hospital, devido à falta de médicos, denunciada por utentes, médicos de família, Câmara Municipal, Ordem dos Médicos e forças políticas.

Em dezembro, os deputados José Manuel Pureza e Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda, questionaram o Governo sobre a falta de médicos naquele Centro de Saúde, onde trabalham oito destes profissionais, dois dos quais estavam de baixa na altura.

Cabe a uma empresa privada a subcontratação de médicos para reforçar a prestação de cuidados no SAP, ao abrigo de um contrato com a Administração Regional de Saúde do Centro.

Na semana passada, a MediPeople reconheceu à Lusa que tem tido “dificuldade em responder à prestação”, informando que tinha condições para normalizar a situação a partir de hoje.