O uso deste pesticida, um antiparasitário forte, é expressamente proibido em animais destinados ao consumo humano.

Os estudos mais recentes encomendados pela União Europeia indicam que o pesticida pode danificar o sistema nervoso central do ser humano, assim como provocar o aumento da massa hepática, danos renais e alterações na produção das hormonas formadas na gândula tiróide.

Em ratos, um modelo animal usado frequentemente em estudos laboratoriais por ter semelhanças com o funcionamento do organismo do ser humano, a ciência mostra que este pesticida provocou a formação de tumores malignos e benignos na glândula tiróide.

Outro estudo, publicado pelo Departamento de Medicina da Universidade de Colombo, no Sri Lanka, acrescenta que a curto-prazo o fipronil provoca vómitos, convulsões e agitação, não se descartando a hipótese de epilepsia.

Portugal é um dos 26 Estados-membros afetados pelo comércio ou distribuição de ovos contaminados com o pesticida tóxico fipronil, segundo a mais recente lista da Comissão Europeia, a que a Lusa teve hoje acesso. O escândalo rebentou a 2 de agosto, quando a Holanda alertou que tinha encontrado fipronil em vários lotes de ovos, embora a Bélgica tenha detetado a presença da substância tóxica antes, a 20 de julho.

Segundo os dados mais recentes, na União Europeia só na Croácia e a Lituânia não foram ainda detetados ovos contaminados, uma crise que atinge ainda a Noruega, o Liechtenstein, a Suíça e a Rússia. A fraude que conduziu à contaminação de ovos pelo inseticida fipronil remonta a setembro de 2016, disse há uma semana a Comissão Europeia, precisando na altura que 34 países, a maioria na Europa, foram atingidos pela situação.

A contaminação de dezenas de milhões de ovos, resultante da desinfestação de explorações de galinhas poedeiras por um produto contendo fipronil, foi divulgada em agosto.

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