Publicado na revista britânica The Lancet, o estudo tem como base um índice que mede a qualidade e o acesso aos sistemas de saúde.

A eficácia de cada país foi estabelecida de acordo com as taxas de mortalidade de 32 doenças das quais os óbitos podem, em tese, ser evitados com um acesso rápido a um atendimento eficaz (tuberculose, cancro de mama, leucemia, algumas doenças cardiovasculares, entre outras).

Entre 1990 e 2015 foram examinados 195 países, com uma pontuação de 0 a 100. Andorra ficou em primeiro lugar com 95 pontos, seguida da Islândia (94) e Suíça (92). Treze dos 15 primeiros colocados estão na Europa ocidental, como Espanha (8º, com 90) e França (15º, com 88). Os outros dois são Austrália (6º, 90) e Japão (11º, 89).

Os Estados Unidos ficaram no 35º lugar (81) e o Reino Unido em 30º (85), antes de Portugal (85) em 31º. No fim da lista aparecem a Somália (34), Afeganistão (32) e a República Centro-Africana (29).

A média dos resultados aumentou consideravelmente desde 1990, passando de 40,7 a 53,7. "No total, 167 países viram o acesso e a qualidade de seus sistemas de saúde aumentar de maneira significativa", destaca o estudo.

Mais desigualdades

As desigualdades, no entanto, cresceram. A diferença entre o primeiro país da lista e o último era de 66 pontos em 2015 contra 62 em 1990.

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O estudo também destaca a diferença entre a eficácia real dos países e aquela que o seu nível de desenvolvimento deveria representar. Desta maneira, entre os países que registaram um avanço considerável de acesso e qualidade do atendimento médico desde 1990 estão a Coreia do Sul, Turquia e China.

Na América Latina, um dos destaques é o Peru, que registou um avanço de 23,7 pontos entre 1990 e 2015. O estudo aponta alguns fatores que podem influenciar o resultado: melhores condições financeiras do sistema de saúde ou de governação.

Mas há uma grande diferença de rendimento dos sistemas de saúde entre os países latino-americanos. "Estes resultados parecem uma advertência: o aumento do nível de desenvolvimento não implica necessariamente uma melhoria da qualidade e do acesso ao sistema de saúde", comenta o coordenador do estudo, o professor Christopher Murray, do Instituto de Medidas e Avaliações da Saúde (IHME) da Universidade de Washington.

Desta maneira, a diferença do rendimento real dos Estados Unidos e o que se esperaria é de menos de 10 pontos, resultado que chega a 25 no caso da África do Sul. Ao contrário, para os primeiros países da lista, a diferença é nula. O estudo foi financiado pela fundação Bill & Melinda Gates.