A definição do ato psicológico, no âmbito da lei que aprova o ato em saúde de diversos profissionais, deverá ter "implicações na integração de mais psicólogos [no SNS]", por garantir uma "definição muito mais clara daquilo que os psicólogos fazem", afirmou à agência Lusa o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Mourinho Batista, à margem de um seminário dedicado ao "Acto Psicológico", que decorre hoje em Coimbra.

Em setembro, foi aprovada em Conselho de Ministros uma proposta de lei que define o ato em saúde do biólogo, do enfermeiro, do farmacêutico, do médico, do médico dentista, do nutricionista e do psicólogo, estando agora em discussão na especialidade da Assembleia da República.

Para Telmo Mourinho Batista, esta definição do ato psicológico determina que a intervenção de um psicólogo "não se restringe àquilo que tradicionalmente as pessoas veem como única atividade clínica". O psicólogo pode "participar em toda a prevenção que se faz em Portugal", bem como "na promoção de comportamentos", não se ficando apenas pela "tradicional prestação de cuidados", notou. "Não ficamos apenas centrados no trabalho quando o problema está instalado, mas a montante desse problema, fazendo coisas que impeçam o seu aparecimento", salientou Telmo Mourinho Batista.

Ao haver uma definição do ato psicológico que cobre "todo o espetro de intervenções do psicólogo", está também a ser dado "um sinal de que os psicólogos" podem fazer mais no SNS, realçou. Muitas vezes, os psicólogos, "porque são poucos", têm "muitas dificuldades em gerir os pedidos que chegam", focando-se apenas em atender o urgente, constatou.

Telmo Mourinho Batista recordou que a Ordem pretende que haja uma "contratação progressiva" destes profissionais, de modo a que se tenham mil psicólogos no SNS, no final da legislatura.