A agência aprovou o encerramento do surto na sua reunião anual de 08 de setembro, tendo hoje anunciado a decisão, lembrando que o surto foi travado graças “à resposta abrangente do Ministério da Saúde” ucraniano e apesar da guerra que o país passou a enfrentar a partir de fevereiro do ano assado.

“Travar a propagação da poliomielite no meio de uma guerra devastadora é uma grande conquista e uma demonstração clara do mais alto nível de compromisso político do Governo da Ucrânia para com o bem-estar da sua população”, afirmou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Henri P. Kluge, em comunicado hoje divulgado.

“Apesar dos desafios sem precedentes, as medidas necessárias tomadas pelo Ministério da Saúde da Ucrânia para prevenir a propagação do surto dentro e fora das fronteiras da Ucrânia, são imensamente louváveis”, acrescentou.

A decisão de dar o surto por terminado baseia-se, de acordo com a organização, nas recomendações de uma avaliação realizada pelos parceiros da Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite, feita em maio passado, e em documentos fornecidos pela Ucrânia, além dos esforços de vacinação nos países que acolhem mais refugiados ucranianos.

O surto foi detetado pela primeira vez numa criança da Ucrânia em outubro de 2021, após a importação de um poliovírus que surgiu no Paquistão e foi encontrado no Tajiquistão no início de 2021.

Uma segunda criança ucraniana ficou paralisada em dezembro desse ano e mais 19 contactos próximos foram testados, mostrando estarem doentes embora sem sintomas.

“O Ministério da Saúde da Ucrânia declarou a importação deste surto como emergência de saúde pública local e agiu rapidamente, em estreita coordenação com a comunidade global de saúde pública”, adiantou o ministro da Saúde da Ucrânia, Viktor Liashko, citado no mesmo comunicado.

“O surto está agora encerrado, mas o nosso trabalho para prevenir a poliomielite e outras doenças evitáveis por vacinação na Ucrânia continua, apesar de todos os obstáculos”, afirmou.

“Enquanto a poliomielite continuar a ser uma ameaça a nível mundial, a Ucrânia continuará vulnerável e o Ministério da Saúde está empenhado em reforçar a vigilância das doenças evitáveis por vacinação e em trabalhar para alcançar e manter uma elevada cobertura vacinal de rotina em todo o país para proteger todas as crianças”, concluiu.