A conclusão consta do relatório final do Comité Científico Especializado Temporário (CSST) criado pela Agência Nacional da Segurança do Medicamento francesa, na sequência do acidente, ocorrido a 17 de janeiro, e que culminou na morte de um dos voluntários e sequelas neurológicas severas em outras cinco pessoas.

O documento, elaborado por uma comissão externa de peritos, ressalva que "a toxicidade própria da molécula" conjugada com estruturas celulares da pessoa é "a hipótese mais verosímil" para justificar o incidente.

A farmacêutica portuguesa indicou entretanto que "está a analisar o relatório", considerando, porém, que "não é conclusivo" sobre a causa da morte do voluntário na sequência do teste clínico.

Tratava-se do primeiro teste humano ao "Bia 10-2474", fármaco experimental para aliviar dores neurológicas.

Segundo o jornal francês "Le Monde", o documento aponta críticas diretas ao laboratório português e ao laboratório francês Biotrial. Apesar de a brochura, sobre o medicamento, conter "um grande número de erros" e "imprecisões", "os dados transmitidos não incluem informações, nomeadamente no plano toxicológico, de modo a fazer crer um risco particular, após uma primeira administração".

Ainda de acordo com o relatório, a molécula "não podia, 'a priori', ser considerada como um produto de risco, segundo os critérios enunciados nas recomendações em vigor".