29 de janeiro de 2013 - 14h15
A Comissão Informal de Trabalhadores da Linha saúde 24 frisou hoje no Parlamento que ficam por atender mil chamadas por dia, desde que começou a vaga de despedimentos no serviço. 
"O que está a acontecer neste momento é uma substituição em massa por mão-de-obra mais barata, sem se preocuparem minimamente com os trabalhadores ou com a qualidade e segurança da linha", alertou Márcia Silva, da referida comissão.
Perante os deputados da Comissão Parlamentar de Saúde, os trabalhadores reiteraram a preocupação pelo que chamam de despedimentos em massa em nome do lucro de uma empresa privada. 
Formação de quatro dias
Além da questão laboral, os enfermeiros alertaram os parlamentares para os riscos que os utentes enfrentam com a redução da equipa e com a contratação de enfermeiros com formação de "quatro dias".
Os trabalhadores da Linha Saúde 24 afirmaram hoje que a empresa que gere este serviço vai substituir os 150 enfermeiros com anos de experiência que foram dispensados por cerca de 60 enfermeiros com uma formação de quatro dias.
Falando na Comissão Parlamentar de Saúde, a Comissão Informal de Trabalhadores da Linha saúde 24 afirmou que a empresa administradora, a LCS, se prepara para substituir enfermeiros com em média mais de quatro anos de experiência numa linha “muito específica e muito diferente de tudo o resto na área da enfermagem” por enfermeiros com uma formação de quatro dias.
“Não é possível garantir a qualidade nestes moldes, afirmou Márcia Silva, uma das enfermeiras, dirigindo para a deputada do PSD Carla Rodrigues - que afirmara ter confiança na empresa – a questão: “que garantias é que a empresa vos dá dessa qualidade, quando prepara a formação de 60 enfermeiros com uma formação de quatro dias, para substituir enfermeiros com mais de quatro anos de experiência?”.
“A nossa formação inicial é de pelo menos 12 semanas e não quatro dias e é necessário um mínimo de dois anos de experiência, que não é de atendimento telefónico, é de triagem”, acrescentou.
As enfermeiras explicaram aos deputados que para um funcionário da linha estar perfeitamente autónomo no atendimento demora no mínimo seis meses e sublinharam a dificuldade que é atender pessoas “dos zero aos 100 anos, com doenças crónicas, com dificuldade na audição ou com dificuldade na perceção do que é perguntado”.
Márcia Silva questionou ainda como é que a empresa garante a qualidade do serviço se perdeu mais de 150 funcionários (cerca de um terço dos 400 em Lisboa e no Porto).
SAPO Saúde