A notícia é avançada pela edição impressa desta segunda-feira do jornal Público.

No ano passado, pela primeira vez, 114 médicos não conseguiram vaga num hospital ou centro de saúde depois de terminarem o internato de ano comum (o primeiro ano de formação pós-graduada).

Este ano as previsões são mais negras: mais de cinco centenas arriscam-se a ficar sem vaga, porque há 2162 candidatos e as capacidades formativas indicadas pela Ordem dos Médicos em hospitais e centros de saúde ficam-se pelas 1651 vagas, escreve o referido diário. Centenas de jovens correm o risco de ficar com o estatuto de médico indiferenciado caso optem por ficar em Portugal. Para muitos a alternativa é emigrarem.

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"É a nova forma de emigração. Depois da emigração dos médicos especialistas, agora são os jovens diplomados", descreve o presidente da secção do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, citado pelo Público.

Com o crescimento exponencial dos candidatos ao longo dos anos, conseguir uma vaga para iniciar o internato médico - formação que conduz ao grau de médico especialista - é cada vez mais difícil.

Aos médicos que saem em cada ano das faculdades há ainda a somar entre 200 a 300 portugueses formados em universidades no estrangeiro, como Espanha e República Checa, que regressam para se habilitar, lado a lado com os outros, a uma vaga na especialidade em Portugal.

Só nos últimos dois anos, pelas contas da Ordem dos Médicos, emigraram 869 clínicos.