A informação é avançada pelo porta-voz da Agência Mundial Antidopagem num e-mail enviado ao jornal norte-americano New York Times.

Entre os 60 atletas que terão usado o Meldonium, a substância proibida pela Agência Mundial Antidopagem desde o início do ano, estão medalhados olímpicos e campeões do mundo. A identidade da maioria dos atletas não foi ainda revelada.

O fármaco é desenvolvido na Letónia e usado no tratamento de doentes cardíacos ou com problemas sanguíneos.

No início da semana, Maria Sharapova admitiu ter tomado Meldonium. Em conferência de imprensa, Sharapova explicou que tomava o medicamento desde 2006.

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A russa estaria a tomar Meldonium por indicação do médico de família devido a uma deficiência de magnésio e história familiar de diabetes.

O Meldonium, também conhecido como mildronate, é usado para tratar a má circulação do sangue, especialmente em casos de angina ou problemas de coração. Vendido nos Países Bálticos e na Rússia, um dos efeitos do consumo desta substância é o aumento do desempenho do metabolismo.

De acordo com o espanhol "El País", este fármaco começou a ganhar popularidade nos anos 70 na antiga União Soviética onde era utilizado no combate a doenças cardíacas. Inicialmente testado em porcos para acelerar o crescimento dos animais, depressa se verificou que o Meldonium melhorava a circulação dos seres humanos.

Num estudo científico publicado em 2014, conclui-se que "o uso do medicamento demonstra uma melhoria da resistência dos desportistas, ajuda na recuperação após fazerem exercício, protege do stress e melhora a ativação do sistema nervoso central"

O Meldonium está classificado desde 2016 como uma substância dopante pela Agência Mundial de Antidopagem, o que significa que tem efeitos hormonais e metabólicos.