O Instituto Superior Técnico (IST) inaugura na terça-feira, no campus do Taguspark, em Oeiras, o laboratório de Bioengenharia de Células Estaminais e Medicina Regenerativa, que integra o Laboratório Associado Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia.

Em declarações à Agência Lusa, o diretor do laboratório, Joaquim Sampaio Cabral, explicou que o trabalho desenvolvido é resultado de “uma convergência de várias áreas: as ciências da vida - médicas – associadas às ciências físicas e engenharia”.

Com um investimento total de quase meio milhão de euros – incluindo a sala limpa que já está projetada e cuja construção vai agora a concurso – a terapia celular com células estaminais vai ser uma das principais atividades a desenvolver pelas cerca de 40 pessoas do laboratório.

“Somos um grupo de engenharia biológica e o laboratório é composto por 12 alunos de mestrado, oito alunos de doutoramento, oito alunos de pós-doutoramento, quatro investigadores, auxiliares e três professores”, enumerou.

O laboratório ganha assim uma nova casa e novos objetivos no Taguspark mas o trabalho desenvolvido nas anteriores instalações – e quando a denominação era apenas laboratório de Bioengenharia de Células Estaminais – teve já resultados práticos na vida das pessoas.

Joaquim Sampaio Cabral recorda que depois de terem sido contactados, há cerca de quatro anos, pelo diretor da Unidade de Transplante de Medula Óssea do IPO de Lisboa, Manuel Abecassis, “já foram tratadas oito pessoas com as células do mesênquima”, resultado direto do trabalho do laboratório.

Segundo o diretor da estrutura, o trabalho do laboratório “é bastante solicitado por diversas entidades hospitalares”, entre elas o Hospital de Santa Marta (serviço de cardiologia para tratamento de doentes com enfartes do miocárdio), Hospital de Garcia da Horta (serviço de urologia para tratamento da incontinência urinária) e o Hospital Egas Moniz (serviço de ortopedia para tratamento na zona da cartilagem articular).

Joaquim Sampaio Cabral salienta ainda a componente internacional do laboratório de Bioengenharia de Células Estaminais e Medicina Regenerativa.

“Estamos envolvidos num projeto europeu relacionado com células neuronais e somos o único grupo nesse projeto que faz a multiplicação de células estaminais neuronais. Em conjunto com a Universidade de Bona estamos a investigar para multiplicar células que sejam utilizadas no tratamento de Parkinson e esclerose múltipla”, observou.

O laboratório inaugurado terça-feira – cerimónia marcada para as 10:00 e que conta com a presença do presidente do BPI, Fernando Ulrich - aplica os princípios da Engenharia a problemas clínicos e a sistemas biomédicos, oferecendo “uma especialidade única no país”.

19 de setembro de 2011

Fonte: Lusa