Pedro Ramalho, de 27 anos, tripulante da TAP desde 2012, morreu no domingo (25/12) vítima de paludismo cerebral.
O jovem natural de Sintra e filho de um piloto da TAP terá sido infetado por um mosquito durante uma viagem de trabalho a São Tomé, em São Tomé e Príncipe, com paragem técnica em Acra, no Gana.
A informação é avançada por familiares e amigos nas redes sociais e confirmada por uma colega de trabalho da referida transportadora aérea.
O paludismo ou malária é uma doença tropical transmitida através da picada de mosquito Anopheles fêmea contaminado com o parasita que, por sua vez, provoca uma infeção nos glóbulos vermelhos do indivíduo atingido. A malária cerebral é a forma mais grave da doença, porque afeta o sistema nervoso e a atividade pulmonar, renal e metabólica.
A TAP tem ligações aéreas para várias cidades onde a transmissão local da malária é endémica, como Luanda (Angola), Acra (Gana), Bissau (Guiné-Bissau), Maputo (Moçambique) e Dakar (Senegal).
Manifestações nas redes sociais
As manifestações de pesar avolumam-se em várias páginas do Facebook. A indignação entre os colegas de profissão é geral. "Com tantos casos de malária entre colegas, como é que a TAP continua a viajar para estes países?", escreve uma assistente de bordo da companhia aérea portuguesa.
Em declarações ao SAPO, uma tripulante da companhia aérea TAP lamenta que os cursos dados às tripulações contenham pouca informação sobre medicina tropical. "Este tema é abordado de forma muito leve, na minha opinião. E ultimamente há imensos casos de colegas meus. Felizmente nenhum tinha sido fatal", relata.
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Nos últimos meses, o número de casos de malária entre tripulantes da TAP aumentaram e têm origem, sobretudo, em viagens com destino a São Tomé e Príncipe, país que contabiliza zero casos de morte relacionados com esta doença, de acordo com dados de fevereiro das Nações Unidas.
A taxa de mortalidade por malária caiu quase 30% desde 2010, mas em 2015 ainda morreram 429 mil pessoas em todo o mundo por causa da doença, segundo o relatório anual da Organização Mundial de Saúde sobre o paludismo, divulgado este mês.
Quem viaja para zonas onde a malária está presente deve tomar medicação profilática, ou seja, preventiva. O medicamento começa a ser tomado uma semana antes e prolonga-se até um mês depois de ter abandonado a zona. O fármaco mais utilizado e recomendado é a cloroquina.
Além da medicação, as pessoas são aconselhadas a usar repelente contra mosquitos e a vestir roupa que cubra a maior parte do corpo.
Mensagem colocada no Facebook por uma colega de trabalho de Pedro Ramalho
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