No projeto EKRUCAmI - Europe-Korea Research on Ubiquitous Computing and Ambient Intelligence, coordenado pelo investigador do IPP Carlos Ramos e que finaliza em dezembro, são criados sistemas inteligentes cujos dispositivos, espalhados em vários locais, interagem com o ser humano, de "forma perspicaz e discreta".

De acordo com o coordenador, para um ambiente ser considerado inteligente, tem que ajudar na interpretação da situação em que está inserido, representar a informação e o conhecimento relacionado com o local e com o contexto, bem como modelar, simular e representar as entidades envolvidas.

Para além disso, Carlos Ramos aponta o planeamento sobre as decisões e ações a tomar, o aprender sobre o meio envolvente e os aspetos associados, a interação com o ser humano e o controlo da ação sobre o ambiente como outros dos fatores que caracterizam estes sistemas, que "não devem ser vistos como atividades isoladas, mas como um conjunto de atividades".

Saiba aindaTruques para manter a casa amena e sem ruídos

Leia tambémAs 10 coisas mais sujas que tem em casa

Veja isto10 coisas que fazemos na casa de banho e que não devíamos

"Quando entramos em casa há uma divisão que acende as luzes. A primeira coisa que fazemos é desligá-las. No dia seguinte, mais ou menos a mesma hora, acontece o mesmo. Se a partir da terceira vez isso se repetir, não podemos considerar que este seja um ambiente inteligente, visto que não teve capacidade de aprender com o utilizador", exemplificou à Lusa o investigador.

Na área da saúde, estes sistemas podem ser utilizados para acompanhar, por exemplo, idosos que vivem sozinhos e que necessitam de controlo, recolhendo informação através de sensores. Dessa forma, é possível detetar quando têm uma queda ou se estão parados no mesmo local muito tempo, entre outras situações.

Quando estes ambientes inteligentes estão associados a um sistema de irrigação (setor agroalimentar), a sua atuação pode depender de fatores que são detetados por sensores de temperatura e de humidade, mas também podem usar a previsão do tempo, economizando, desta forma, recursos.

Na área da tomada de decisão em grupo, estes sistemas inteligentes atuam no sentido de apoiar os elementos nos processos de decisão coletiva, com recurso a um conjunto de ferramentas adaptadas ao utilizador.

"A lógica do ambiente inteligente não é usar uma série de sensores e atuadores que substituam o ser humano, mas sim admitir que o ser humano existe, que está num determinado local, e que a tecnologia aí embutida vai interagir com o mesmo, de forma adaptada e contextualizada, mas não obstrutiva", concluiu Carlos Ramos.

No projeto estão também envolvidas a Universidade de Salamanca, em Espanha, a Universidade Nacional de Suncheon e a Universidade Católica de Daegu, ambas da Coreia do Sul.

O EKRUCAmI, no qual participaram até à data cerca de 20 investigadores - que fizeram mobilidade em ambos os sentidos -, foi financiado, do lado europeu, pelo programa de I&D Europeu do 7º Programa-Quadro (FP7), em 210 mil euros.