O Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), na Universidade do Minho, em Braga, desenvolveu um método para encontrar pedras nos rins com a ajuda de sensores, escreve a edição online desta quinta-feira (22/12) do jornal Público.

A pedra nos rins afeta 55 milhões de adultos na Europa, segundo dados da Associação Europeia de Urologia (EAU).

Os cálculos renais são estruturas sólidas provocadas pela cristalização de minerais e sais de ácidos. Depois de formadas, podem manter-se no rim ou descer até à bexiga. Em alguns casos a pedra desaparece sem intervenção, mas em 20% das situações causa dores  e tem de ser extraída. Com o novo método, desenvolvido em Braga e que pode chegar aos hospitais já em 2017, é aplicada uma anestesia e usam-se dois sensores: um eletromagnético, que funciona com ondas pulsadas de baixa frequência e que penetra no rim, e outro externo.

Veja ainda: Alimentos que provocam flatulência

Saiba mais: As frases mais ridículas ouvidas pelos médicos

O primeiro sensor é colocado dentro do rim através de um ureterorrenoscópio flexível, um instrumento que penetra na uretra, na bexiga e segue até ao rim. Este sensor interno emite um sinal vermelho quando deteta a pedra, assinalando o local onde deve ser feita a picada. Por fora, os médicos utilizam o segundo sensor, o externo, que está sempre a emitir um sinal verde. Quando os pontos dos dois sensores se interceptam, é o momento de fazer a picada com a agulha, descreve o referido jornal.

"É como se fosse o GPS da pedra nos rins",  comenta Emanuel Dias, um dos investigadores do ICVS responsáveis pelo projeto. Encontrada a pedra, é necessário destruí-la e, neste caso, o método passa a ser o tradicional: o processo ultra-sónico.

O novo método criado em Braga simplifica o processo de remoção da pedra, diminui a exposição do paciente aos raios X e evita hemorragias associadas à cirurgia. Até agora foi apenas testado em modelos-animais.