“O conhecimento de moléculas que determinam a formação das células essenciais à função cardíaca poderá traduzir-se em futuros protocolos para, a partir de células estaminais, gerar in-vitro, e de forma mais eficiente, terapias para regenerar o tecido cardíaco”, esclarecem os investigadores, em comunicado enviado à Lusa.

Os investigadores demonstraram que “a molécula Hes5 desempenha um papel crucial na decisão das células muito iniciais do desenvolvimento se diferenciarem em células cardíacas ou, por oposição, em células do sangue”. “Isto significa que conseguir reativar esta via de diferenciação nos adultos que sofreram um enfarte do miocárdio poderá constituir uma via para a regeneração do tecido cardíaco”, sustentam.

De acordo com a informação disponibilizada, nas fases iniciais do desenvolvimento do nosso organismo “as células vão-se diferenciando e vão-se especializando em resposta a um conjunto de sinais complexos que determinam o seu futuro”. Nestas fases, as células que darão origem às células cardíacas provêm do mesmo grupo de células que darão origem às células do sangue.

A coordenadora da equipa, Perpétua Pinto-do-Ó, explica que com este trabalho, “provou-se que (…) o designado Hes5 regula o processo de especificação para células progenitoras cardíacas, enquanto bloqueia a informação para se tornarem células do sangue”.

Na verdade, refere a investigadora, "suspeitava-se que deveria ser um dos inúmeros sinais de uma complexa rede, a chamada via de sinalização Notch, o responsável pela diferenciação dessas duas linhas, mas desconhecia-se qual deles. A via de sinalização Notch é importante para a formação do coração, mas não é necessária no coração adulto”.

No entanto, salienta Ana Freire, primeira autora do trabalho, “em condição de doença, como por exemplo de enfarte do miocárdio, ocorre a reativação desta via para que processos de reparação possam ser iniciados”.

Esta investigadora adianta que “compreender a rede molecular complexa de informação e a identificação dos seus principais efetores [célula, tecido ou órgão que exerce uma ação ou uma atividade como resposta a um estímulo], dá pistas essenciais para que se possa desencadear uma resposta de reparação eficiente de tecido cardíaco afetado”.

Este “importante avanço” para terapias celulares na regeneração de tecido cardíaco, desenvolvido pela equipa do i3S, foi publicado esta quinta-feira na revista científica Stem Cell Reports.

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