Em comunicado, o instituto do Porto esclarece hoje que o projeto AI4Lungs vai, ao longo dos próximos três anos e meio, desenvolver ferramentas e modelos computacionais para otimizar a categorização de pacientes, aperfeiçoar diagnósticos e tratamentos.

O projeto surge como resposta aos desafios associados à proliferação de doenças do foro respiratório relacionadas com cancro, doenças intersticiais e condições inflamatórias.

Ao desenvolver novas ferramentas, através de dados recolhidos na auscultação pulmonar, raio-X, TAC e análises clínicas, o projeto permitirá "apoiar os médicos durante o diagnóstico e o tratamento do doente, de modo a tentar guiá-lo neste processo".

Citado no comunicado, o investigador do INESC TEC, Hélder Oliveira, salienta que este é "um projeto virado para o pulmão como um todo".

"A ideia é que, a partir do momento em que um doente tem alguma consulta, o sistema consiga apoiar todo o processo de estratificação, perceber o que é a doença e se é necessário fazer mais exames para a diagnosticar", acrescenta o investigador.

O projeto vai desenvolver tecnologias para melhorar os dispositivos que são usados no diagnóstico e integrar novas ferramentas numa única plataforma para acompanhar a decisão clínica, tornando o processo "mais rápido e menos exaustivo".

"Esta plataforma vai ter acesso aos dados dos hospitais do projeto e replicar todo o processo clínico em paralelo, sugerindo recomendações aos médicos sem intervir com a normal prática clínica", refere, também citado no comunicado, o investigador Duarte Dias, do INESC TEC.

O projeto pretende ainda usar duas tecnologias: a auscultação digital feita no INESC TEC e a biopsia liquida do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), que também integra o projeto.

“A biopsia líquida é utilizada quase sempre em cancros mais avançados e nós queremos introduzi-la na frente de ataque para perceber o tipo de cancro, em vez de se optar por dezenas de exames”, acrescenta Hélder Oliveira.

No âmbito do projeto vão ser realizados dois pilotos, um dos quais no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNGE), entidade que já trabalha com biopsia liquida e onde será testado o funcionamento da plataforma de apoio à decisão.

O outro protótipo será testado no Rabin Medical Center, em Israel.

Financiado em 6,9 milhões de euros, o projeto integra mais de 17 parceiros.