A resistência antimicrobiana está a aumentar e, no futuro, muitas doenças infecciosas poderão não ser tratadas, o que implicará custos avultados para os Estados e o aumento do número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza. Esse problema, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), pode representar um custo de até 100 mil biliões de doláres em 2050.
"Devemos saber que, a não ser que seja enfrentado rapidamente e com seriedade, o problema da resistência aos antibióticos terá consequências desastrosas para a saúde humana e animal, para a produção de alimentos e para a economia global", adverte a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.
Intitulado "Doenças resistentes aos medicamentos: uma ameaça para nosso futuro económico", o relatório analisa o que pode acontecer caso os antibióticos e outros remédios antimicrobianos deixarem de surtir efeito. A propagação das doenças levaria cerca de 28 milhões de pessoas à pobreza extrema até 2050, especialmente nos países em desenvolvimento, indica o relatório.
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"O mundo mostra uma tendência de redução da pobreza extrema até 2030, aproximando-se da meta de menos de 3% da população nessa situação. Mas a resistência aos antibióticos põe em risco esse objetivo", acrescenta.
Por outro lado, os países de menor rendimento podem perder mais de 5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) até 2050.
Esta questão será abordada esta semana numa sessão especial na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. "A dimensão e a natureza desta ameaça poderia levar-nos a um retrocesso nos êxitos alcançados no desenvolvimento e poderiam afastar-nos dos nossos objetivos de erradicar a pobreza extrema", ressaltou o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.
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