19 de fevereiro de 2013 - 15h59
A incidência da diabetes e os reinternamentos aumentaram em 2011 face a 2010, assim como aumentaram em 100 milhões de euros os custos associados à doença, revelou hoje o Observatório Nacional da Diabetes.
Segundo o relatório anual daquele organismo, em 2011 a diabetes em Portugal representou um custo direto estimado entre 1.200 e 1.450 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 100 milhões de euros relativamente ao ano anterior.
Por outro lado, considerando o custo médio das pessoas diabéticas, de acordo com os valores da Federação Internacional da Diabetes, a doença em Portugal representou um custo de 1.816 milhões de euros, valores que representam 1% do PIB português e 10% da despesa em saúde em 2011.
A incidência da diabetes aumentou 80% nos últimos dez anos, assim como aumentou o número de novos casos, de 377 por cada 100 mil indivíduos, em 2010, para 652, em 2011.
Paralelamente verificou-se um aumento do consumo de medicamentos para a diabetes.
A venda de medicamentos teve um acréscimo entre 2010 e 2011, quer em valor – 200 milhões de euros – quer em embalagens vendidas – 8,5 milhões.
As tiras-teste de glicemia também têm registado um crescimento na última década, com um valor global de vendas na ordem dos 54 milhões de euros em 2011.
O relatório aponta também para a relevância do aumento do custo dos medicamentos face a um crescimento efetivo do consumo – mais 60% de embalagens vendidas.
Os utentes do Serviço Nacional de Saúde tiveram no último ano encargos diretos de 18 milhões de euros com o consumo de anti-diabéticos orais e de insulinas, o que representa 8,8% dos custos do mercado de ambulatório com estes medicamentos. No mesmo ano, os encargos do Estado situaram-se nos 186,7 milhões em 2011.
O observatório revela ainda que o custo médio das embalagens de medicamentos mais do que duplicou o seu valor na última década.
No âmbito dos reinternamentos por descompensação ou complicações da diabetes, verificou-se igualmente um aumento (mais 7,7% comparativamente a 2009), tendo representado um quinto do total de episódios de internamento em 2011.
Concretamente, a taxa de reinternamentos foi de 14,1% em 2009 e de 21,8% em 2011.
Em contrapartida, diminuíram em 6% os primeiros internamentos, assim como diminuiu a duração média dos internamentos, em 25 mil dias na última década.
Ainda entre os aspetos positivos, o relatório aponta a diminuição da mortalidade por diabetes (que representa 4,4% de todas as causas de morte), com 4.536 óbitos em 2011, face ais 4.744 de 2010.
O relatório revela ainda a existência de acentuadas assimetrias entre as cinco regiões de saúde em vários indicadores, o que exige “um estudo aprofundado das razões na base destas assimetrias”.
No que respeita aos sexos, mantém-se uma prevalência maior nos homens (15,2%) do que nas mulheres (10,4%).
Lusa