Em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao Hospital de Portimão, no Algarve, Rui Rocha indicou que a solução proposta pela IL “é colocar a lógica no utente, porque as pessoas precisam de cuidados de saúde”.

Rui Rocha disse esperar que o documento “seja um ponto de enorme discussão” na sociedade portuguesa, porque existe a convicção de todos de que a situação atual “não é sustentável”.

Segundo aquele responsável, entre as propostas da IL está o regresso das parcerias público-privadas “que foram extintas por decisão ideológica”, as quais tinham sido consideradas pelo Tribunal de Contas como “soluções boas quer do ponto de vista financeiro, quer do cuidado aos cidadãos”.

Para o dirigente liberal, é preciso encontrar “uma outra solução que não a atual” para os diversos problemas existentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS), notando que Portugal “não pode ter listas de espera de anos para determinados atos médicos e ausência de médicos de família para quase 1.700.000 portugueses”.

“As pessoas precisam de cuidados de saúde e não lhes importa se é um prestador privado ou se é um prestador público que lhe dá essa solução”, apontou.

Rui Rocha, que se reuniu com o conselho de administração do Centro Hospitalar do Universitário do Algarve (CHUA), no Hospital de Portimão, considerou que “os problemas da saúde são transversais a todo o país”, mas o Algarve tem “duas questões preocupantes que são especificas da região”.

“Uma tem a ver com o adiamento da construção do novo hospital central, um projeto com mais de 22 anos, e a falta de recursos humanos, nomeadamente de médicos”, indicou.

Segundo Rui Rocha, a falta de recurso humanos “tem mais expressão” no Algarve do que noutros pontos do país, “motivada, talvez, pela falta de capacidade de investimento em infraestruturas, porque os profissionais têm obviamente preocupações com a sua evolução profissional”.

“Ora, se os centros hospitalares, os hospitais, as unidades não têm a capacidade de os formar, se não têm equipamentos avançados, portanto, os profissionais de saúde não entendem que podem evoluir profissionalmente porque há este conjunto de restrições”, sublinhou.

Na opinião de Rui Rocha, estas restrições são desde já um incentivo a que não haja interesse dos profissionais de saúde em estabelecer-se e permanecer no Algarve”.