21 de agosto de 2014 - 16h32
O hospital da Horta, o mais pequeno dos três hospitais dos Açores, tem vindo a recorrer à contratação de médicos não residentes nas ilhas para assegurar a manutenção de algumas especialidades.
"Tudo o que estava previsto em termos de especialidades no hospital da Horta está a funcionar", garantiu à Lusa João Morais, presidente do Conselho de Administração do hospital, para quem a solução para a falta de especialistas tem sido a de contratar médicos do continente que exercem noutros hospitais e se deslocam à ilha do Faial.
Segundo explicou, esta opção resulta não apenas da dificuldade em contratar médicos especialistas para integrarem os quadros de um hospital periférico como o da Horta, mas também por existirem vários jovens açorianos a terminar a sua formação que poderão vir a ficar colocados no hospital da Horta nos próximos anos.
"O hospital da Horta tem 15 internos em formação, que têm contrato com o hospital da Horta, nomeadamente em especialidades em que estamos a recorrer a especialistas de fora", disse João Morais, acrescentando que seis desses jovens terminam o curso no próximo ano.
Paralelamente a esta situação, o quadro de clínicos do hospital revela um outro problema: a existência de médicos com idade avançada, que em breve irão passar à reforma, embora a administração garanta que está a "preparar" a substituição desses especialistas.
O plano de reestruturação do Serviço Regional de Saúde dos Açores, posto em marcha pelo executivo da região, determina que o hospital da Horta assegurará os serviços médicos em 25 especialidades que não incluem a oncologia, o que não foi bem aceite pela administração da unidade de saúde.
Segundo João Morais, há um médico de clínica geral, com especialização em oncologia, que exerce funções no hospital da Horta e, no próximo ano, um dos internos financiados pela região estará pronto a exercer a sua atividade nesta área.
Apesar deste diferendo, o presidente do Conselho de Administração do hospital da Horta manifestou esperança de vir a chegar a um entendimento com o Governo Regional com vista à manutenção daquela especialidade, ressalvando, porém, que em qualquer circunstância, os doentes oncológicos nunca terão de abandonar a ilha para fazer tratamentos.
Em declarações hoje, durante a cerimónia de inauguração das obras de ampliação do hospital da Horta, ilha do Faial, o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, mostrou-se empenhado em tentar resolver o problema da falta de especialistas nesta unidade e anunciou para setembro a contratação de dois novos ortopedistas.
A opção de contratar médicos no continente para assegurar as especialidades na Horta é vista com preocupação pelos deputados do PSD à Assembleia Legislativa dos Açores eleitos pelo Faial, que num requerimento enviado ao Governo açoriano falam de um progressivo "esvaziamento" da unidade de Saúde. Ainda assim, tanto a administração do hospital como a tutela apoiam a medida.
Por Lusa