“A greve está a notar-se mais nas consultas externas, urgências, blocos operatórios e exames de diagnóstico”, disse à agência Lusa o dirigente José Manuel Dias, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro.

O também dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), que convocou a greve, fazia um balanço da iniciativa a nível regional, à entrada principal do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

O impacto da greve nos hospitais da região Centro, verifica-se nas unidades do setor público administrativo, como as da Tocha e de Cantanhede, que registam “uma boa adesão”, mas sobretudo no CHUC e noutros hospitais do setor público empresarial da área da saúde. “Não é só nos hospitais de Coimbra que há adesões entre os 90% e os 100%”, afirmou José Manuel Dias, que estava acompanhado de outros dirigentes sindicais.

Na generalidade dos centros de saúde do Centro, que integram o setor público administrativo do Ministério da Saúde, o nível de adesão dos trabalhadores abrangidos pelo pré-aviso de greve “é superior a 50%”, acrescentou.

Mas também na maioria das escolas da cidade e da região “a adesão é imensa”, envolvendo “mais de 80% dos trabalhadores” não docentes. “A maior parte das escolas de Coimbra estão encerradas” ou a funcionar “com algumas condicionantes”, informou José Manuel Dias, que salientou ainda o encerramento das várias cantinas da Universidade de Coimbra.

Em Coimbra, “estão encerrados” diferentes serviços de Registos e Notariado, segundo o porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro, que abrange os distritos de Coimbra, Aveiro, Viseu, Leiria e Guarda.

Tanto na região Centro, como a nível nacional, os índices de participação na greve equivalem a “um grande aviso ao Governo” para que atenda as reivindicações dos trabalhadores da Função Pública, concluiu José Manuel Dias.

A greve de hoje na Função Pública foi anunciada no início de abril para reivindicar aumentos salariais, pagamento de horas extraordinárias e as 35 horas de trabalho semanais para todos os funcionários do Estado

O regime das 35 horas foi reposto em julho de 2016, deixando de fora os funcionários com contrato individual de trabalho, sobretudo os que prestam serviço nos hospitais EPE.

A FNSTFPS, afeta à CGTP, é composta pelos sindicatos do Norte, Centro, Sul, regiões autónomas e consulares e representa 330 mil trabalhadores.

A última greve geral convocada pela FNSTFPS com vista à reposição das 35 horas semanais realizou-se em janeiro do ano passado e teve, segundo a estrutura, uma adesão média entre 70% e 80%, incluindo os hospitais.