“A greve dos trabalhadores prende-se com o boicote que existe neste momento por parte da Eurest”, a associação patronal das empresas concessionárias Gertal, Itau, Uniself, Ica, para melhorar as condições de vida destes trabalhadores, disse António Brandão, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares da Região Centro.

Estas empresas, que “estão na mesa de negociações, não querem melhorar as condições de vida dos trabalhadores, com salários” congelados há sete anos, sobretudo nalgumas categorias, como é o caso das cozinheiras, disse o sindicalista.

Por outro lado, a grande maioria dos mais de 50.000 trabalhadores ao serviço destas empresas recebe o salário mínimo nacional, adiantou António Brandão, acusando ainda estas empresas de quererem “desregulamentar completamente o contrato coletivo de trabalho”.

A acusação prende-se com o facto de estas empresas colocarem os funcionários trabalhar 12 horas diárias, quererem retirar o subsídio de trabalho noturno e reduzir o pagamento em dia feriado, explicou o dirigente do sindicato afeto à CGTP.

Devido à paralisação “muitas escolas irão ter as suas cantinas encerradas”, mas nos serviços de alimentação hospitalar serão garantidos os serviços mínimos.

Questionado sobre se a greve pode encerrar escolas, o dirigente sindical disse que não sabe qual será “o comportamento de cada direção das escolas, se irá fugir ao que a lei diz de que escola não pode estar aberta se não houver alimentação”.

Em paralisações anteriores “tem havido situações de crianças a comerem sandes” e de alunos que levam comida para a escola por indicação do agrupamento escolar. “Perante esta situação e perante uma tentativa de retirada de direitos”, vamos realizar esta greve no dia 15 de maio, com concentrações em Lisboa e na região norte junto às empresas, frisou.

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