O protesto convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais juntou cerca de três dezenas de trabalhadores à porta da Segurança Social, que alertam para a existência de amianto nas instalações.

Em declarações aos jornalistas, Alcides Teles, do sindicato, explicou que “os trabalhadores chegaram ao limite e sentem que estão a adoecer todos os dias”. “Isto é uma bomba-relógio”, acrescentou.

No mesmo sentido, uma trabalhadora ouvida pela Lusa, que sofre de problemas respiratórios, defendeu a transferência de instalações.

“Cada vez me sinto pior. Vínhamos de outras instalações e não havia problema nenhum. Os problemas começaram quando voltámos para estas”, afirmou.

A ação está a ser acompanhada pelo secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, que disse que “esta situação tem de ser encarada como um alerta que sirva de referência para que se crie um plano [nacional] de remoção do amianto”.

18 casos de doença

Entre os 41 trabalhadores do Serviço Local de Vila Franca de Xira da Segurança Social (SLVFXSS) estão diagnosticados 18 casos de doentes, alguns com problemas do foro oncológico, e que os funcionários associam à presença de amianto no edifício onde trabalham.

Questionado anteriormente pela Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), admitiu a possibilidade de transferência dos trabalhadores para novas instalações.

Entretanto, numa resposta escrita enviada à agência Lusa, o Instituto da Segurança Social informou que, a partir do momento em que tomou conhecimento das apreensões dos trabalhadores, levou a cabo um conjunto de ações nas instalações, nomeadamente a "análise à qualidade do ar e um pedido de intervenção do Instituto Ricardo Jorge”.

Fonte do instituto acrescentou que se chegou à conclusão de que é necessário "rever o sistema de climatização, incluindo a sua higienização e a sua reativação, para garantir os níveis adequados de qualidade do ar interior".

A Segurança Social adiantou, ainda, que se verificou “um elevado excesso acumulado de papel arquivado, não só em corredores de circulação, mas também em zonas de acesso e também em locais de trabalho".