Segundo Eduardo Teixeira, coordenador regional do Porto do STAD - Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas, os serviços hospitalares mais afetados por esta paralisação são “a urgência, a psiquiatria e as consultas”, na medida em que “alguns trabalhadores estão a ser deslocados destes serviços para os blocos operatórios”.

O dirigente do STAD falava à Lusa durante uma concentração dos trabalhadores à porta do “São João”, no âmbito do protesto que se iniciou na terça-feira.

Os motivos desta greve são, entre outros, “o permanente assédio moral aos trabalhadores por parte da empresa e da gestão do próprio hospital, pela falta de condições mínimas para que as trabalhadoras tomem as suas refeições ou pela falta de balneários onde (…) possam tratar da sua higiene, pela exigência de respeito pela profissão pelo pagamento correto do subsídio de alimentação e pelo cumprimento do Contrato Coletivo de Trabalho”, referiu Eduardo Teixeira.

“Os trabalhadores exigem ser respeitados como parte integrante da manutenção, higiene e segurança do Hospital de São João, pois contribuem para o bom funcionamento do hospital. Por isso, não podem trabalhar sob pressões e intimidações, debaixo de um constante assédio moral”, sublinha o sindicato.

Eduardo Teixeira salientou “a falta de condições no que se refere aos balneários e refeitório”, referindo que “no local onde comem, têm de trocar de roupa”, existindo “apenas seis cadeiras para um total de 200 trabalhadores”.

Contactado pela Lusa, para tentar obter mais esclarecimentos, o Hospital de São João disse que tem “um contrato de prestação de serviço” remetendo qualquer informação para a empresa prestadora.

Em declarações à Lusa, o diretor geral da Clece, Bruno Moreira, considerou que esta greve é “inoportuna”, na medida em que “algumas das reivindicações que apresentam estão a ser tratadas, o que leva o seu tempo”.

“Tivemos oportunidade de falar pessoalmente com os dirigentes do sindicato, dizendo-lhes que algumas das reivindicações estavam a ser tratadas, portanto, não percebemos esta posição”, sublinhou.

Obras no espaço

Sobre a falta de condições de trabalho no Hospital de São João, Bruno Moreira considerou que a resolução dessa questão “não depende diretamente da Clece”. “Depende do nosso cliente, porque as instalações não são nossas, mas também já há um projeto para avançar com obras no espaço e eles [sindicato e trabalhadores] também são conhecedores disso. É uma questão de tempo, portanto, não entendemos”, frisou.

Sobre a adesão à greve, o responsável disse não dispor ainda de números definitivos, mas considerou que os dados já recolhidos apontam para “um número muito inferior” ao adiantado pelo sindicato, estimando que se situe nos “20%”.