França já tem uma estrada solar. É a primeira no mundo e foi muito cara

A França inaugurou na semana passada a primeira estrada solar do mundo. A rodovia é pavimentada com painéis solares capazes de fornecer energia para a iluminação pública de Tourouvre, uma pequena localidade de 5 mil habitantes no noroeste do país, na Normandia.

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O troço de um quilómetro coberto com 2,8 metros quadrados de painéis solares revestidos por resina foi ligado à rede elétrica local, segundo anunciou a ministra do Meio Ambiente francesa, Ségolène Royal. "Este aproveitamento da energia solar usa grandes extensões de infraestrutura rodoviária já em uso para produzir energia sem ocupar novos espaços", explicou a ministra em comunicado.

Uma média de 2 mil carros passa diariamente por esta estrada em Tourouvre, testando a resistência dos painéis do projeto desenvolvido pela empresa de engenharia civil francesa Colas, uma subsidiária da gigante da construção Bouygues. Composta por 2.800 m² de painéis fotovoltaicos e com um custo a rondar os 5 milhões de euros, o protótipo Wattway entra agora numa fase de testes, durante um período de dois anos, prevendo-se que possa vir a produzir qualquer coisa como 280 MWh de energia por ano.

A ideia, que também está a ser explorada na Alemanha, Holanda e Estados Unidos, é que estradas ocupadas por carros em apenas 20% do tempo ofereçam extensões de superfície para instalação de painéis semelhantes.

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Na Alemanha, a inovação energética está em fase de testes num trecho de 150 metros perto de Colónia. Nos Estados Unidos, o estado do Missouri trabalha na instalação de painéis numa pequena área perto da famosa Route 66, a estrada que atravessa o país.

O projeto foi, no entanto, alvo de críticas de diversas organizações ambientalistas que consideram o seu custo, 5 milhões de euros, exagerado para a quantidade de energia que pode produzir.

"Sem dúvida é um avanço técnico, mas para desenvolver as energias renováveis há outras prioridades para além deste brinquedo que sabemos que é muito caro, mas não funciona bem", disse ao jornal Le Monde o vice-presidente da Rede para a Transição Energética (CLER), Marc Jedliczka.

O preço do quilowatt produzido nesta via solar atinge os 17 euros, em relação aos 1,3 euros de uma instalação fotovoltaica num qualquer telhado de uma casa.