O 30.º Congresso Nacional de Medicina Interna, dinamizado pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), irá realizar-se entre 23 e 26 de maio de 2024, no Centro de Congressos do Algarve, em Vilamoura. Fernando Salvador, presidente do Congresso, revelou mais sobre o que irá acontecer no encontro, que se destaca por ser inclusivo, geral e específico, global e particular, o que o responsável pela iniciativa considera ser o cerne da Medicina Interna.

Healthnews (HN) – Vai realizar-se o 30.º Congresso Nacional de Medicina Interna. Enquanto presidente do mesmo, quais as suas expectativas?

Fernando Salvador (FS) – Escolhemos a letra M como nossa. M como alusão a Miguel Torga, à Medicina e à Medicina Interna. Como tal, gostaríamos que este Congresso fosse recordado com o Congresso dos 4 M’s: M de memorável, M de marcante, M de maior e M de melhor. Julgo que este é o objetivo de todas as comissões organizadoras. Só trabalhando com a Direção da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, com os Núcleos de Estudos, com as Direções de Serviço Nacionais e com a Sociedade Espanhola de Medicina Interna o conseguiremos. Se o conseguirmos será um mérito coletivo. E todos mostraremos a força e a vitalidade da especialidade fulcral e basilar na Medicina Hospitalar. Ter um Congresso com mais de 2.000 participantes é difícil, mas possível. Há já alguns anos que a SPMI nos habitua a ter o maior Congresso de médicos no país!

HN – O programa seguirá a linha dos congressos anteriores?

FS – Sim. Queremos envolver todos os Internos e todos os Internistas de todos os pontos do país; do norte, do centro, do sul e das ilhas; do interior e do litoral. Envolveremos todos os Núcleos de Estudo. Colocaremos no programa todos os assuntos que são abordados por estes “micromotores” da nossa Sociedade. Faremos um update dos principais temas e das principais patologias e abordaremos outros menos comuns. Queremos formar todos os nossos Internos e ser abertos a todos os outros médicos em formação de outras especialidades. Que venham aproveitar um pouco da nossa plenitude de conhecimento. Do mesmo modo, a participação da indústria farmacêutica, parceiros fundamentais, será organizada de modo diferente permitindo ser mais inclusivo e participativo em todo o programa científico.

HN – Quais os principais objetivos do congresso?

FS – Ser inclusivo, geral e específico, global e particular. Ser tudo aquilo o que é a Medicina Interna. O cerne do conhecimento médico, a mãe de todas as especialidades médicas…

HN – No final do congresso, o que é que os participantes deverão ter retirado?

FS – Os participantes irão partilhar todo o trabalho que efetuaram ao longo do ano, ir-se-ão atualizar nos temas mais comuns da Medicina Interna e irão ver abordados novos temas. A acreditação internacional do Congresso permitirá enriquecermos a nossa formação. Os momentos de convívio serão de excelência e permitirão estreitar laços entre diferentes Serviços de Medicina Interna e entre diferentes especialidades.

HN – Irão existir conversas de fim de tarde e Master Classes. O que pode revelar acerca das mesmas?

FS – “O médico que apenas sabe de Medicina, nem Medicina sabe”. A cultura e a participação cívica fazem também parte do nosso ADN. Nas conversas de fim de tarde com o Dr. Tiago Nogueira (médico e músico dos “Quatro em Meia”) iremos falar sobre a interação entre a música/cultura e a Medicina. Com o Dr. Daniel de Matos iremos saber como é que um Internista foi o médico de quatro Presidentes da República (é o mais antigo no cargo…). Nas Master Classes iremos abordar as crises migratórias com a Direção Internacional dos Médicos Sem Fronteiros e iremos abordar os perigos das guerras nucleares com o Diretor da British Medical Journal. Na nossa ótica, pela pertinência dos temas, estas sessões serão plenárias e alvo de muita discussão dentro e fora de portas.

HN – Além destas novas sessões, vai haver um dia dedicado aos enfermeiros com programa específico. Porquê esta integração no 30.º CNMI?

FS – Todos os profissionais de saúde são fundamentais no dia a dia de um Serviço de Medicina Interna. O resultado: tratar melhor o nosso doente, só é possível porque trabalhamos em conjunto. Os enfermeiros dos Serviços de Medicina Interna são fundamentais neste puzzle. De tal modo e dado o conhecimento que têm, achamos que os devíamos envolver e que os Enfermeiros de todos os Serviços do país deveriam debater temas relacionados com a Medicina Interna. Julgamos que um dia inteiro permitirá esta partilha. A esta partilha juntar-se-á a apresentação dos seus trabalhos e alguns momentos de convívio.

HN – O 30.º CNMI irá realizar-se em simultâneo com o 9.º Congresso Ibérico de Medicina Interna. Qual a importância da junção destes dois marcos?

FS – A força da Medicina Interna na Península Ibérica é enorme. A semelhança da atuação é um facto. Unir esforços e partilhar conhecimentos será uma mais-valia.

HN – Que mensagem deixa a todos os que ponderam inscrever-se?

FS – Que se inscrevam. Que venham partilhar “ciência” connosco, que venham conviver e que apreciem o que vamos levar ao Algarve. Os transmontanos têm fama de bem receber. Nós receberemos todos de braços abertos. Receberemos todos os Internos e todos os Especialistas de Medicina Interna e também todos os outros de outras especialidades que nos queiram acompanhar nesta viagem por diversos temas científicos de diferentes áreas de atuação de um médico.