Tracey Jolliffe

"Se tivesse mais um rim, doá-lo-ia também", disse Tracey Jolliffe, de 50 anos, ao programa Victoria Derbyshire, da BBC.

Tracey é uma "doadora altruísta". Assim são chamadas no Reino Unido as pessoas dispostas a doar um órgão para salvar a vida de um desconhecido. Microbióloga de profissão, nasceu numa família de enfermeiros e desde cedo ganhou a noção da importância da assistência médica. Aos 18 anos tornou-se doadora de sangue e de medula óssea.

Em 2012, foi uma das menos de 100 pessoas no Reino Unido a doar um rim sem saber quem o receberia. Agora, apoia a organização "Give a Kidney" (Doe um Rim, em inglês), que incentiva outras pessoas a fazerem o mesmo.

Até 30 de setembro de 2016, havia 5.126 em fila de espera para um rim no Serviço de Saúde Inglês. O tempo médio de espera é de três a quatro anos.

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Os transplantes renais são geralmente bem-sucedidos. Segundo as estatísticas, 95% dos transplantes funcionam ao fim de um ano e 81% ao fim de cinco anos. Em Portugal, o tempo médio de espera por um rim de cadáver é de 3,5 anos, segundo dados da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais.

Contrariamente à maioria dos transplantes, uma pessoa pode estar viva para doar um rim, porque só precisa de um dos dois para sobreviver.

O rim doado por Tracey provavelmente salvou a vida de uma pessoa. "Lembro-me disso todos dia quando acordo", diz, orgulhosa, à BBC.

Segundo a ONG britânica Kidney Research UK, pelo menos 60% das pessoas que recebem um rim podem viver em média mais 15 anos depois do transplante.

Tracey Jolliffe espera agora doar agora parte do fígado - e, de novo, para alguém que não conhece.