O imunologista Filipe Froes alerta para o facto de o calor que se tem vindo a sentir não impedir o vírus da gripe de atacar.
Pertencente também à Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), o especialista refere que é necessário combater a ideia de que por estar calor as vacinas deixam de ser necessárias, afirmando que "não faz sentido pensar que o bom tempo que se sente neste início de outono vai impedir o vírus da gripe de atacar, especialmente nos meses mais complicados de dezembro e janeiro. Agora é a altura para a vacinação e prevenir as gripes que venham a surgir mais tarde".

Entretanto, já se sabe que a maioria das pessoas que se vacinou na primeira semana de imunização contra a gripe tem entre 60 e 64 anos, um grupo que habitualmente não é considerado como população-alvo mas que a DGS recomendou este ano, segundo o Vacinómetro.
Habitualmente, a Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a vacina às pessoas com mais de 65 anos, aos doentes crónicos e imunodeprimidos com mais de seis meses e grávidas com mais de 12 semanas de gestação. Este ano, a DGS aconselhou a vacinação a este novo grupo de indivíduos, dos quais 27,8% já se vacinaram.

Filipe Froes considerou inesperados mas "auspiciosos" os resultados da primeira semana de imunização contra a gripe revelados pelo Vacinómetro, ressalvando que têm que ser confirmados nas próximas semanas. Salienta que é "um belíssimo arranque" para a campanha de vacinação deste ano, salientando que "28 por cento" de todas as pessoas que se vacinaram o fizeram pela primeira vez.

Portugal tem de aumentar em cerca de 50 por cento a taxa de cobertura de vacinação nas pessoas com mais de 65 anos até 2014 para atingir a meta de 75 por cento estabelecida pela União Europeia.

Desde o início da vacinação (03 de outubro) foram vacinadas, em média, 21% das pessoas pertencentes a grupos prioritários: 25,4% com 65 ou mais anos, 17,6% de portadores de doenças crónicas e 13,3% dos profissionais de saúde, indicam os dados do Vacinómetro, criado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e a Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral (APMCG) para monitorizar em tempo real a taxa de cobertura da vacinação.

Nas pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, registou-se uma taxa de vacinação de 25,4% e no grupo dos doentes crónicos, a percentagem foi de 17,6%. Os profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados registam uma percentagem de 13,3% de vacinados.

Lusa/SAPO

12 de outubro de 2011