O relatório entregue em julho por um grupo de trabalho do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) constata que é preciso acabar com a atual política que proíbe a dádiva de sangue por homo e bissexuais.

O documento redigido por oito peritos e validado pelo conselho directivo do IPST e pelo secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, recomenda que a exclusão definitiva passa a temporária, mas não é consensual quanto aos "critérios de elegibilidade" a introduzir.

Sendo assim, escreve o jornal Público, deixam três hipóteses em aberto: os homo e bissexuais poderão dar sangue 12 meses após o último contacto sexual; ou seis meses após o último contacto; ou seis meses após um novo  parceiro sexual fixo.

O relatório refere ainda que o cálculo de risco utilizado em Portugal tem por base pressupostos teóricos estrangeiros, baseados em dados diferentes da epidemia da SIDA.

Já Francisco George, diretor-geral da Saúde, comentou ao referido jornal que "o risco é conhecido", referindo-se à dádiva de sangue por homo e bissexuais.

Atualmente, os homens que têm sexo com homens estão proibidos de dar sangue em Portugal, apesar de uma resolução da Assembleia da República de 2010 recomendar ao Governo a elaboração de um documento que "proíba expressamente a discriminação dos dadores de sangue com base na sua orientação sexual".