“É uma proposta que temos para fazer junto da tutela. (…) É necessário que isto seja feito e reconhecido no âmbito da própria carreira, esta competência especializada, como aliás são reconhecidas noutras profissões da área da saúde”, afirmou à Lusa à margem de uma visita ao Instituto Português de Oncologia do Porto.

Para José Carlos Gomes, “urge que o Ministério da Saúde perceba o investimento que é ter enfermeiros especializados nas respetivas áreas e reconheça essas competências, quer na forma como distribui esses recursos pelas instituições de saúde, quer na forma como os remunera em termos de contrato”.

O também presidente do Colégio Nacional de Enfermagem lamentou a atual “completa desvalorização das competências especializadas nos próprios processos de contratação dos enfermeiros” e adiantou pretender analisar com o Ministério da Saúde qual a evolução necessária nesta área para “responder de forma mais adequada e efetiva àquilo que são as necessidades de saúde da população”.

“A enfermagem tem especialidades desde 1981, os colégios da especialidade mantêm-se os mesmos desde então e é necessário, neste momento, fazer um processo de reorganização em termos formativos e de desenvolvimento de competências para responder melhor às questões e às necessidades de saúde da população”, assinalou o também candidato a bastonário da Ordem dos Enfermeiros (OE).

A área da oncologia, referiu, conta já com uma especialidade, constituída nos últimos anos pela OE, “que é Enfermagem em Pessoa em Situação Crónica e Paliativa e que pode responder a algumas necessidades, mas é preciso que tenhamos da tutela o reconhecimento necessário destas competências especializadas que neste momento não existe”.

“Temos muitos enfermeiros especialistas nos serviços que não têm este reconhecimento e estão desmotivados porque não veem reconhecido pelas instituições o seu esforço de formação”, frisou.