Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), disse que neste primeiro dia de greve a adesão dos enfermeiros no CHCB, que integra os hospitais Pêro da Covilhã e do Fundão, foi de 85% nos turnos da noite e da manhã.

"Este resultado demonstra que os enfermeiros estão mobilizados em torno daquilo que são os objetivos da greve que, relembre-se, prende-se com a aplicação das 35 horas aos enfermeiros com contrato individual de trabalho (CIT) e a adesão de mais profissionais para que todos possam usufruir desse período normal de trabalho que são as 35 horas", sustentou.

A sindicalista explicou ainda que no início de agosto foi feita uma reunião com o conselho de administração (CA) do CHCB na perspetiva de serem admitidos mais enfermeiros para as unidades hospitalares.

"Sendo uma matéria da esfera do CA, o que é verdade é que continua a não haver as admissões [de enfermeiros] necessárias para impedir, por um lado, a redução do número de enfermeiros nos serviços e, por outro lado, para permitir que os enfermeiros não tenham que fazer horas a mais", sublinhou.

Segundo esta responsável, o plano de luta do SEP, que convocou esta greve, irá continuar até que a situação seja resolvida.

O SEP critica ainda o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, em relação a duas situações: a primeira prende-se com o pagamento a 100% do trabalho extraordinário nas "horas penosas" que, segundo a sindicalista, já terá assumido o compromisso com os médicos, deixando de parte os enfermeiros.

A segunda situação que está a gerar descontentamento no seio dos enfermeiros diz respeito à disponibilidade da tutela em negociar a exclusividade, mais uma vez, só com a classe médica.

"Essa [exclusividade] é uma exigência que o SEP tem desde 1990 e, portanto, achamos inconcebível que sistematicamente o ministro da Saúde só se refira ao grupo profissional dos médicos, quando sabe que há imensos problemas para resolver em relação aos enfermeiros", concluiu.

Com Lusa